Cidades-Inteligentes

As cidades inteligentes dependem dos Data Centers. Entenda o motivo

Leitura de 11 minutos
08/02/22

Lugares mais verdes, mais inteligentes, mais seguros: inegavelmente, a promessa das cidades inteligentes é encantadora. Mas seria o completo estabelecimento das smart cities (como são chamadas em Inglês), especialmente nas grandes metrópoles, uma utopia?

Na verdade, os avanços tecnológicos já têm tornado esse conceito – que mantém o foco no bem-estar do cidadão (‘people-first‘) -, cada vez mais presente em nosso dia a dia. O desenvolvimento socioeconômico sustentável, por exemplo, tem sido uma pauta frequente entre grupos que se preocupam com a preservação do meio ambiente.

Nos planos governamentais, a elaboração do planejamento urbano, viabilizando a logística sustentável, assim como a implementação de práticas integrativas e inclusivas, já são uma premissa essencial. E nesse cenário, a participação da população e da iniciativa privada é indispensável.

De qualquer modo, para que toda essa estrutura se sustente, é fundamental que tanto os governos quanto as empresas se dediquem, progressivamente, a estruturar Data Centers mais robustos, estáveis e ambientalmente eficientes.

Na prática, você sabe como essas cidades inteligentes funcionam ? E que tipo de soluções tecnológicas as caracterizam?

Neste artigo, falaremos mais sobre as smart cities e o ajudaremos a entender como a sua empresa pode se beneficiar desse cenário. Leia a seguir:

O que são cidades inteligentes?

De acordo com a definição criada pela União Europeia, basicamente:

Cidades inteligentes são aquelas que utilizam soluções tecnológicas para melhorar a gestão e a eficiência do ambiente urbano.”

Comissão Europeia

Em complemento, a entidade explica que smart city é um lugar onde as redes e serviços tradicionais se tornam mais eficientes com o uso de soluções digitais, em benefício de seus habitantes e negócios. Contudo, uma cidade realmente inteligente vai além do uso de tecnologia para melhorar o uso de recursos e reduzir emissões.

O conceito prevê, por exemplo, redes de transporte urbano mais inteligentes, gestão de congestionamento e instalações atualizadas de abastecimento de água, além de eliminação de resíduos e formas mais eficientes de iluminar ruas e edifícios.

Consequentemente, abrange uma administração municipal mais interativa e responsiva, com espaços públicos mais seguros, atendendo às necessidades de melhoria da qualidade de vida da população.

Dimensões

De acordo com o Cities in Motion Index, publicado anualmente pela IESE Business School, da Espanha, há 10 principais dimensões que indicam o nível de inteligência de uma cidade. São elas:

  1. Governança
  2. Urbanismo
  3. Gestão Pública
  4. Tecnologia
  5. Ambiente
  6. Extensão Internacional
  7. Coesão Social
  8. Mobilidade e Transportes
  9. Capital Humano
  10. e Economia

De acordo com a estudiosa e mentora em liderança para cidades inteligentes, Grazi Carvalho, no Brasil, para ser considerada uma smart city, o município deve apresentar quatro pilares principais:

  • foco nas pessoas (Cidade Humana);
  • o foco na melhoria da qualidade dos serviços prestados, economizando tempo e dinheiro (Cidade Eficiente);
  • equilíbrio entre o tripé social, econômico e ambiental (Cidade Sustentável);
  • e a governança, regida por líderes que tenham visão estratégica e sistêmica (Governança Inteligente)

Seu significado se torna muito mais abrangente do que a aplicação de projetos puramente tecnológicos e políticos, como o Wi-fi na praça, ou que limita as possibilidades de uma PPP de iluminação pública à troca das lâmpadas comuns pela de LED.”

Grazi Carvalho
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Por que são importantes e como funcionam as cidades inteligentes?

Se pensarmos que, até 2050, haverá cerca de 10 bilhões de habitantes no mundo, com 66% deles vivendo nas cidades (segundo estimativa das Nações Unidas), é primordial buscar melhores condições de segurança, de mobilidade, de sustentabilidade e de moradia em todos os grupos sociais.

E apesar de ser relativamente recente, o conceito de smart city já se consolidou como pauta fundamental nas conversas sobre o desenvolvimento global. Segundo o estudo Smart cities: digital solutions for a more livable future, publicado pela consultoria McKinsey em junho de 2018, o uso de tecnologias digitais para a implementação efetiva uma cidade inteligente poderia melhorar em até 30% os indicadores do município.

Por isso, hoje, vemos países emergentes investindo bilhões de dólares em produtos e serviços inteligentes para sustentar seu crescimento econômico. Ao mesmo tempo, países desenvolvidos correm para aprimorar a infraestrutura urbana existente, de modo que possam se manter competitivos.

De acordo com Worldwide Smart Cities Spending Guide, publicado pela IDC, a estimativa é de que cerca de US$ 124 bilhões seja aplicados em soluções tecnológicas para a viabilização das cidades inteligentes.

Assim, a Fundação Getúlio Vargas defende que fluxos de interação são considerados efetivamente inteligentes quando fazem uso estratégico de infraestrutura, serviços, informação e de comunicação, com base em planejamento e gestão urbana, de modo que se possa atender às necessidades sociais e econômicas da comunidade.

Em suma, fica claro que a busca de melhores caminhos se baseia na capacidade de monitorar, mensurar, utilizar, gerar insights e gerenciar dados valiosos sobre a vida urbana, sobretudo, pelo uso da tecnologia.


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Tecnologias que viabilizam as smart cities

Como vimos, a aplicação do conceito de cidade inteligente consiste de tirar proveito da tecnologia para realinhar os municípios às necessidades e expectativas dos cidadãos. Para isso, deve-se aprimorar a prestação de serviços, impulsionando novos fluxos de receita e estimulando o desenvolvimento econômico sustentável.

Desse modo, a IDC Government Insights estima que, até 2022, 40% das cidades já usarão ferramentas de planejamento de espaço digital, como gêmeos digitais, para acelerar a recuperação socioeconômica da COVID-19, garantindo a movimentação segura de pessoas, bens e serviços.

Considerando-se que as smart cities são fundamentadas em ecossistemas formados por múltiplas tecnologias – que, por sua vez, trabalharam em sincronia -, vale conhecer algumas, entre as mais relevantes, para que esse ambiente possa rodar:

  • 5G: se a conectividade é a pedra fundamental para o funcionamento das tecnologias digitais, a quinta geração da internet móvel, que prevê a entrega de um serviço de internet muito mais rápido e estável que o atual, será a responsável por acelerar a adoção de soluções que viabilizarão o funcionamento das cidades inteligentes;
  • IoT e Big Data: pouco a pouco, os objetos se comunicarão continuamente por meio de sensores conectados, baseados em internet das coisas. Desse modo, teremos uma infinidade de dispositivos captando e transmitindo informação em tempo real, estabelecendo os sistemas inteligentes característicos das smart cities. Analogamente, sistemas de energia, de transporte e tráfego terão maior poder de coleta de dados e de monitoramento, assim como de análises estatísticas e algorítmicas, para sustentar análises diagnósticas e preditivas;
  • Inteligência artificial e robótica: a capacidade de automatizar a tomada de decisão e de gerar ações serão fundamentais para acelerar e ampliar a capacidade de resposta das cidades inteligentes;
  • Blockchain: cada vez mais, a segurança de dados será fundamental para a utilização de dispositivos inteligentes e do consumo de dados coletados por eles – um cenário em que regulamentações como a LGPD se tornam ainda mais importantes. Aqui, tecnologias como o blockchain conferem a transparência e a confiança necessárias.
  • Cloud e edge computing: com a massificação de sensores inteligentes, conectados ao 5G, a produção de dados será ainda mais vasta e veloz. E assim, exigirá uma infraestrutura robusta e estável para suportar o processamento. Com isso, a integração de estruturas como a nuvem, a edge e o Colocation serão fundamentais para o armazenamento rápido e seguro dos dados coletados.

E assim, chegamos ao ponto alto deste artigo: a relação entre as cidades inteligentes e os Data Centers.


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Por que os Data Centers são cruciais para as cidades inteligentes?

À medida que os municípios crescem, sua prosperidade e a capacidade de oferecer uma boa qualidade de vida aos milhões de contribuintes dependerá, entre tantos aspectos, do estado da arquitetura de TI que as suporta. Portanto, fica claro que a espinha dorsal de uma cidade inteligente é, obviamente, a rede inteligente que a sustenta.

A partir daí, suas aplicações são infinitas. Embora os benefícios da smart city sejam extensos, só serão percebidos quando as infraestruturas digitais puderem conectar fisicamente, de maneira sinérgica, máquinas e sensores dispersos, para que possam trocar informações em tempo real.

Com efeito, para aproveitar o valor potencial do big data, as interconexões entre pessoas e dispositivos, dados, conteúdo, nuvens e a rede precisam ser perfeitas. Para isso, os aplicativos inteligentes exigirão muito mais da conectividade, do armazenamento de dados e do poder computacional. Portanto, naturalmente entende-se que os Data Centers são o coração da cidade inteligente.

A verdade é que, nesse contexto, será preciso ‘integrar o antigo ao novo’ – ou seja, lidar com infraestrutura legada, ao mesmo tempo em que novas instalações serão criadas. Para alguns, isso pode significar que os Data Centers, como hubs de conectividade, terão que operar em conjunto com outras estruturas menores, otimizadas para computação de borda.

À medida que mais e mais aplicações serão necessárias para atender ao consumo imediato – como streaming, comércio eletrônico e serviços financeiros – os Data Centers também devem ser preparados corretamente para esse tipo de demanda.

Nesse sentido, cada vez mais, os provedores especializados precisarão de soluções alternativas para a geração de energia e para o suprimento do consumo de internet, assegurando a entrega de um serviço estável.

Como o Colocation sustenta a conectividade das cidades inteligentes

As instalações de Colocation têm sido os pilares da economia da Internet desde a década de 1990. E, integradas à nuvem e à computação de borda, continuarão desempenhando função importante, à medida que avançarmos na era das cidades inteligente. Isso porque, alimentados por tecnologia de ponta, os Data Centers de Colocation estão entre as principais estruturas responsáveis por fornecer o melhor em interconectividade, flexibilidade e escalabilidade aos municípios.

Desse modo, os gestores de Data Centers continuarão a adotar estratégias de inovação de alta densidade para maximizar a produtividade e a eficiência. Além disso, têm o desafio de aumentar a densidade de energia disponível e o poder de computação da pegada física dos centros de processamento de dados, vitais na aplicação de Big Data.

As cidades e comunidades inteligentes estão focadas na confiança e na resiliência digital, como os próximos passos para se adaptarem às tendências atuais e em larga escala, às temperaturas severas, aos ataques cibernéticos e à recuperação de crises, como as pandemias. Então, a questão não é se a tecnologia pode ou não ajudar os governos a responderem a essas tendências, mas como priorizar investimentos e garantir resultados bem-sucedidos, que impactarão a vida de tantas pessoas.”

Ruthbea Yesner
IDC

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Conclusão

Como vimos, as possibilidades de aplicação de tecnologia nas cidades, em benefício de seus moradores, são infinitas. Sobretudo, a ampliação das redes inteligentes poderão modernizar o gerenciamento de distribuição de eletricidade, tirando proveito da computação inteligente, o armazenamento de energia renovável, os dispositivos conectados e a análise de Big Data.

No entanto, embora os benefícios das cidades inteligentes sejam extensos, eles só serão percebidos quando as infraestruturas digitais puderem conectar fisicamente máquinas e sensores dispersos, de modo que possam trocar informações em tempo real. Assim, para extrair todo o valor potencial dos dados, as interconexões entre pessoas e aplicativos, conteúdo, nuvens e a rede de internet precisam operar em perfeita sincronia.

E aqui, vemos o ponto-chave, no qual as smart cities dependem dos Data Centers para funcionar.

Assim, ser capaz de armazenar dados gerados pela Internet das Coisas (IoT), permitindo aos usuários acessá-los e interpretá-los em tempo real, como informações acionáveis ​​significativas, é de vital importância para os Data Centers modernos. E isso, sem dúvida, dará enorme vantagem competitiva às empresas e municípios que o fizerem bem.

A transformação digital urbana de cidades e comunidades inteligentes deve se manter com roteiros de investimento em tecnologia estratégica, atualizada, e em políticas associadas às mudanças culturais“, destacou Ruthbea Yesner, vice-presidente de Insights Governamentais, Educação e Cidades e Comunidades Inteligentes da IDC.


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