Migração de data center

Migração de Data Center: desafios e lições aprendidas na crise

Leitura de 10 minutos
28/04/22

Entrevista com Júlio Prieto, Coordenador de Implantação da ODATA

A migração de Data Centers tradicionais para estruturas mantidas por provedores especializados tem sido considerada uma das medidas mais efetivas para que as organizações possam não apenas garantir a segurança e a estabilidade da operação, mas para fundamentar sua evolução tecnológica.

No entanto, um moving (como também é conhecido esse processo) é sempre delicada. E durante a pandemia da Covid-19 – especialmente nos períodos mais intensos, nos quais houve redução de equipes e restrições – certamente esse processo se tornou um desafio ainda maior.

Por outro lado, situações de crise sempre fazem com que as pessoas tenham que reinventar formas de fazer com que seus negócios se mantenham em operação. Essas inovações, inegavelmente, deixam um rico legado de conhecimentos que, se bem documentados, ajudam a aprimorar processos contínuos.

Diante desse cenário, convidamos o coordenador de implantação da ODATA, Júlio Prieto, para um bate-papo sobre aprendizados e oportunidades da migração de Data Center, reunidos em uma situação de crise generalizada como a pandemia. Veja a seguir:

O que é migração de Data Center?

Essa, sem dúvida, é uma boa pergunta para iniciarmos essa conversa, já que ainda existe muita confusão no mercado sobre o que, efetivamente, trata esse processo.

Bem, de modo geral, migração de Data Center (ou realocação ou moving, como também é chamado este trabalho) consiste de mover fisicamente os equipamentos de um centro de processamento de dados para um novo local – seja uma sala diferente, dentro do prédio atual, ou um novo endereço físico.

Como funciona o processo de migração de Data Center?

Para uma migração de Data Center bem sucedida a empresa precisa, inicialmente, avaliar as condições do novo ambiente. Para isso, é necessário considerar itens essenciais como tamanho e condições de escalabilidade, além de espaçamento, ventilação, recursos de carga de energia e segurança das instalações.

Para isso, planejamos o ambiente junto com o cliente, falando a língua dele – o “tecniquês” -, o que faz muita diferença no processo e traz segurança.

Nesse momento, sabemos que pequenos detalhes fazem toda a diferença, como acompanhar a montagem do rack e disponibilizar visitas ao ambiente antes da mudança, para que, no dia, a experiência não seja um processo traumático. Além disso, oferecer canais telefônicos com contato pessoal, evitando que o cliente seja atendido por uma URA, também é uma premissa importante do nosso atendimento.

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Quais são as principais barreiras para o moving?

Sabemos que o moving é, muitas vezes um grande desafio, principalmente para os pequenos clientes, que sempre tiveram seus ativos muito próximos, dentro de suas instalações. No entanto, fato é que manter uma infraestrutura dentro da própria empresa, de forma íntegra e redundante, custa MUITO caro.

Na realidade, a migração de Data Center é uma quebra de paradigma. Isso porque as pequenas empresas entendem que os ativos de TI têm de estar bem próximos para que funcionem bem.

Porém, com links redundantes e a alocação em local próprio para recebê-los, em um curto espaço de tempo, os gestores percebem que obtêm um ganho significativo nos acessos aos serviços.

No fim, migrar para uma estrutura especializada em serviços de Data Center, como os edifícios de Colocation e a Nuvem, faz todo o sentido. Isso porque o provedor especializado mantém um time de profissionais competentes, com vasta experiência no setor, que fala a mesma língua do técnico da companhia.

O que é possível fazer para mitigar tais barreiras?

Acessar um Data Center nunca é um processo fácil. Porém, aqui na ODATA, desenvolvemos uma metodologia prática, simples e funcional que, em poucos minutos, nos permite acessar o ambiente do cliente. Esse acesso prático, seguro e rápido é fundamental, pois equipamentos eletrônicos podem falhar e precisam de ajustes imediatos.

No entanto, caso o cliente necessite, temos técnicos especializados em todos os nossos Data Centers, que podem fazer um suporte de primeiro nível ou, até mesmo, de segundo nível, dependendo do contrato de prestação.

Nessa situação, pode ser efetuado um atendimento de Remote Hands (olhos e mãos remotas) ou de Smart Hands, no qual a expertise dos nossos técnicos auxilia nos atendimentos mais críticos, passando segurança e tranquilidade para quem está do outro lado da linha.

Além disso, a oferta desse serviço especializado faz com que não seja necessário manter uma série de profissionais, que estariam voltados à manutenção desse ambiente tão crítico e vital, na folha de pagamento do cliente.


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Como funcionou este processo de migração de Data Center durante a pandemia?

Durante o período pandêmico, especialmente no pico da crise, aumentou muito a demanda pela migração de Data Center, já que todos queriam banda de internet de alta qualidade.

Além disso, os altos índices de contaminação fizeram com que as empresas preferissem manter a infraestrutura em outro local, com qualidade superior de acesso e sem a necessidade de se preocupar com manutenção dos equipamentos.

A verdade é que esse cenário pandêmico fez acelerar muitos fatores. Foi uma adaptação intensa, tanto para os clientes quanto para nós, pois tivemos que demonstrar, por chamadas de vídeo, o que antes era feito de forma presencial. Além disso, criamos um tour virtual para os nossos Data Centers, permitindo que o cliente conhecesse o ambiente por vídeo e soubesse o que esperar quando estivesse presente no site.

No sentido de mitigação da contaminação, tivemos várias interações e modificações no processo de acesso ao Data Center. Precisamos nos preocupar com a possibilidade de funcionários e visitantes trazerem o vírus para dentro das nossas instalações, por exemplo, o que nos obrigou a desenvolver medidas para diminuir o risco, como um sistema de testagem diferente, além de averiguação da temperatura na entrada.


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Foram necessárias adaptações no processo de implantação nesse período?

Sim! As pantufas de entrada para o Data Hall, por exemplo, foram abolidas. Passamos a utilizar um adesivo de limpeza dos pés, que facilitou a assepcia e tornou a ambiente mais higiênico, já que não havia mais a necessidade de tocar os pés para trocar as pantufas.

Também priorizamos a adoção de novas tecnologias como vídeos ilustrativos e intuitivos e ferramentas de acesso remoto. A necessidade de conhecer mais a fundo a estrutura do cliente, sem estarmos presencialmente no local da migração, fez com que as chamadas de vídeo e quantidade de banda de Internet fosse intensificada.

Assim, as interações passaram a ser muito mais por chamadas de vídeo e não mais de forma presencial, o que nos obrigou a ser cada vez mais didáticos em explicações e criações de cronogramas de moving em projetos complexos, com várias fases.

Desse modo, o acesso ao Data Center ficou apenas para os colaboradores que exerciam funções consideradas essenciais para a operação do site. Dessa forma, foi reduzido o acesso ao local.


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É necessário contratar uma equipe especializada para a implementação da infraestrutura?

Cada caso é um caso, já que cada empresa possui uma quantidade de equipamentos, seja ela grande ou pequena. Antes de se iniciar a migração é feita uma entrevista de moving, para entendermos em que momento essa empresa está. Aqui, objetivo é que se sintam seguros, ao contar com total apoio da ODATA durante este período.  

Então, para a mudança, muitas vezes, o próprio cliente traz os materiais e faz as instalações dentro do rack, sem contratação de empresa alguma, por se tratar de racks e equipamentos padronizados.

Porém, o cliente pode trazer todo o material ao site para que os técnicos do Data Center efetuem a instalação, mediante contratação de horas de Smart Hands. Ou, ainda, pode contratar um fornecedor especializado em migração para remover os equipamentos do seu site e trazer ao DC.

Quanto tempo é necessário para que os dados da empresa estejam instalados no novo modelo?

Durante esta primeira entrevista com o cliente nós traçamos uma estratégia que engloba:

  • Traslado dos equipamentos;
  • Quantidade de pessoas que irão visitar o site no dia do moving;
  • Solicitamos ao cliente que venha até o site antes do moving para visualizar o local e mitigar futuras surpresas;
  • Cadastrar a biometria e liberação de acesso ao local do rack;
  • Testar os links e compatibilidade com os futuros equipamentos a serem instalados.

No dia da visita que também pode ser online são elencados os pontos-chaves, para que o ‘dia D’ seja o menos traumático possível. Em geral, esse planejamento leva em torno de uma semana, podendo variar para menos dias, já que cada empresa tem suas particularidades.


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Que processos, criados durante a pandemia, foram mantidos?

Entrada e saída de equipamentos de forma on-line, envio de carta de transporte ou nota fiscal por portal facilitaram muito nossa vida e com certeza vieram pra ficar.

Outro ponto foi o tour virtual pelo Data Center que, de forma rápida e prática, define os locais por onde os clientes irão passar e assim já têm uma visão do local antes da visita física.

As reuniões virtuais também atenderam bem o propósito de fazer mais com menos. Isso porque uma simples chamada de vídeo já cria uma empatia entre o cliente e o front end do Data Center.

Com certeza, a forma que adotamos de uma gestão à distância e os acessos remotos à equipamentos vieram pra ficar e facilitar muito a nossa vida. Porém, nunca esquecendo do nosso diferencial, que é o atendimento pessoal e personalizado dentro do Data Center. Contudo, quando ele não for possível por qualquer motivo, sabemos que poderemos sempre contar com os atendimentos à distância.


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Nesse cenário de crise, quais foram as principais vantagens de migrar para um Data Center de Colocation?

Podemos dizer que resiliência e segurança são dois fatores que estão ganhando destaque no universo corporativo, sobretudo quando o assunto é o setor de TI. E, nesse sentido, o Colocation Data Center é um serviço que auxilia, justamente, na implementação de uma infraestrutura de dados robusta e eficiente.

Aqui, o provedor especializado em Colocation, como a ODATA, se destaca por prestar um atendimento consultivo e customizado. Para contratar um Data Center, o primeiro passo é uma entrevista entre o cliente e o nosso time técnico, para entender quais equipamentos a empresa necessita migrar.

Durante este bate papo, temos um checklist que elenca os principais motivos da mudança. Esse processo é feito com clientes com ou sem experiência, o que traz muito mais segurança de desligar o ambiente do local atual e mover para o novo ambiente apropriado.

Além disso, nos edifícios de Colocation, o ambiente é totalmente redundante e livre de quedas, o que inclui energia elétrica, climatização (ar-condicionado) e banda de internet.

Outra vantagem é estar em um ambiente repleto de profissionais competentes, que podem resolver eventuais problemas de uma maneira muito rápida.


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Qual o maior aprendizado tirado durante o período de pandemia?

Sem sombra de dúvidas, o maior aprendizado nessa questão de migração de Data Centers é de que processos bem definidos não necessitam da presença física para que as demandas possam ocorrer de forma correta.


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