ESG: essencial para o desenvolvimento estratégico dos negócios
Leitura de 9 minutosEntre as muitas lições que a pandemia nos deixou como legado, o comportamento consciente é uma das principais. Desde então, um número cada vez maior de empresas tem aderido aos requisitos de sustentabilidade e de preservação ambiental, à criação de políticas sociais, de emissão ‘net zero’ e de carbono neutro, dedicando-se à redução das emissões de gases de efeito estufa. E, por esse motivo, o tema ESG tem estado cada vez mais presente nas reuniões corporativas.
Como uma área conhecida por “pensar diferente” e acelerar a inovação, o setor de tecnologia tem sido líder de longa data na adoção do ESG em todo o mundo. No entanto, ainda é necessário incorporar mais profundamente os princípios ambientais, sociais e de governança em suas operações, em especial nos Data Centers.
De fato, os programas de ESG estão em um ponto de inflexão devido ao cenário regulatório global. Além disso, há grandes oportunidades para organizações dispostas a capitalizar a liderança neste quesito.
A crescente evidência de que práticas corporativas sustentáveis estão intimamente ligadas ao desempenho está chamando a atenção de investidores para os indicadores ESG.
Quer saber mais sobre o tema? Leia a seguir:
O que é ESG?
A sigla ESG provém do termo Environmental, Social, and Governance, conforme descrição original, em Inglês. Em Português, traduzimos sua abrangência para os pilares de meio ambiente, social e de governança.
De acordo com uma definição do Gartner, refere-se a uma coleção de critérios de avaliação de desempenho corporativo que analisam a robustez dos mecanismos de governança de uma organização, assim como a capacidade de gerenciar efetivamente seus impactos ambientais e sociais.
Exemplos de dados ESG incluem a quantificação das emissões de carbono de uma empresa, consumo de água e até eventuais violações de privacidade ocorridas na rede corporativa. Cada um dos seus fatores abrange uma ampla gama de aspectos, que estão resumidos abaixo:
- Meio ambiente: mudanças climáticas e emissões de carbono, uso e eficiência de energia, qualidade do ar e da água, gestão de resíduos, conservação de recursos naturais;
- Social: satisfação do cliente, proteção e privacidade de dados, gênero e diversidade, engajamento de funcionários, relações com a comunidade, direitos humanos, normas trabalhistas. Como exemplo: “os fornecedores mantêm os mesmos valores que a empresa afirma manter?”
- Governança: composição do conselho, estrutura do comitê de auditoria, programas de denúncia, combate a corrupção, e políticas claras de remuneração de executivos, além de controle de lobby e de contribuições políticas.
Meio ambiente, social e governança: o cenário
O conceito de ESG vem ganhando notoriedade desde que apareceu, pela primeira vez, em 2005, como resultado de uma iniciativa das Nações Unidas. Desde então, políticas, práticas e compromissos corporativos relacionados ao tema capturaram o interesse da opinião pública e do mundo empresarial.
Isso porque os consumidores não têm mais como prioridade absoluta contratar o mais barato. Hoje, já procuram a empresa que causa menos danos, que tem uma posição clara sobre justiça social e antidiscriminação. E que se compromete a continuar melhorando os esforços em benefício da sociedade e da preservação do meio ambiente.
Uma parte importante do crescimento das práticas de ESG tem sido impulsionada pelo componente de sustentabilidade ambiental, em respostas às mudanças climáticas. Mas os outros componentes, em especial a dimensão social, também vêm ganhando destaque.
Como exemplo, uma análise publicada pelo Wall Street Journal em fevereiro de 2022 revelou que as propostas de acionistas relacionadas a iniciativas sociais aumentaram 37% em comparação com o ano anterior.
Atualmente, enfrentamos desafios claros de privacidade, de poluição e de justiça social. E, ao combater esses problemas, vemos que as organizações que desenvolvem, implementam e comunicam políticas ESG assertivas também são aquelas com os melhores resultados econômicos. E, por sua vez, mais capazes de chamar a atenção de investidores, da mídia, de clientes e dos melhores parceiros comerciais.
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Por que as empresas devem se preocupar com ESG?
As iniciativas de ESG estão se tornando cada vez mais comuns nas pautas de negócios. Isso ocorre à medida que investidores, consumidores e outros stakeholders essenciais demonstram maior interesse em saber como as empresas estão lidando com esses temas.
De um modo geral, a prática do ESG ajuda a incorporar genuinamente fatores ambientais, sociais e de governança nas operações. Com isso, gera retornos financeiros sustentáveis e de longo prazo, ao mesmo tempo em que põe em prática a responsabilidade social e fortalece a governança corporativa.
Hoje, conselhos, investidores institucionais e as bolsas de valores usam cada vez mais informações de resultados de sustentabilidade e responsabilidade social para explorar a relação entre a gestão de fatores de risco ESG de uma empresa e seu desempenho de negócios.
A consultoria Grant Thornton divulgou, no terceiro trimestre de 2021, uma pesquisa com CFOs que destaca a importância do ESG nas decisões corporativas. Os resultados mostraram que mais da metade (57%) dos os entrevistados afirmam que o ESG se tornou uma prioridade, enquanto 87% responderam que o ESG é “uma consideração importante, igual ao sucesso financeiro, ou um negócio fundamental”.
Ainda nesse estudo, 86% dos executivos globais de tecnologia afirmaram que o setor de tecnologia precisa de melhores regulamentações e de padrões mais altos, quando se trata de sustentabilidade e eficiência energética.
Desse modo, ao selecionar investimentos em potencial, os investidores – tanto institucionais quanto privados -, consideram o impacto social e ambiental de determinada companhia, juntamente com riscos, oportunidades e desempenho financeiro de longo prazo.
Por sua vez, clientes e funcionários em potencial também podem avaliar o impacto social e ambiental de uma companhia no mundo por meio de uma série de fontes externas, assim como os canais de comunicação da empresa, para decidir se desejam comprar deles ou trabalhar com eles. E aqui, a preocupação genuína com as pessoas, a preservação da sua saúde e da segurança ocupacional por meio de programas de EHS também é avaliada.
Há, ainda, organizações não governamentais (ONGs) dedicadas a descobrir o desempenho das empresas em relação a uma série de fatores ESG, incluindo emissões de gases de efeito estufa (GEE), pegada de carbono e direitos humanos na cadeia de suprimentos. Essas entidades estão expondo publicamente os baixos desempenhos, especialmente daqueles que têm compromissos públicos em contrário.
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ESG no setor de tecnologia
No estudo The Next Big Leap (ou O Próximo Grande Salto, em livre tradução para o Português), divulgado em 2021 e conduzido em parceria com a Nasscom, o Boston Consulting Group atestou a atuação da indústria de tecnologia como pioneira na adoção de práticas ESG.
Isso porque, à medida que continuamos a avançar na era digital, a utilização de equipamentos baseados em novas tecnologias cresce a cada dia, tanto na rotina das empresas quando dos cidadãos. E esse comportamento, por sua vez, faz com que o volume de dados aumente.
Consequentemente, o novo desafio de atender a essas demandas, ao mesmo tempo em que precisam melhorar os resultados gerais de sustentabilidade do negócio, coloca os gestores de Data Centers em uma posição desafiadora.
Dado o alto volume energético consumido por essas estruturas para manter seu funcionamento ininterrupto, otimizar a eficiência do uso de energia (PUE) dos centros de dados (a energia total que entra no Data Center dividida pela energia usada pelos equipamentos de TI dentro do Data Center) – é o primeiro passo para o fornecimento e gerenciamento de dados sustentáveis.
Tradicionalmente, as escolhas sustentáveis têm se concentrado em “usar menos”, quando na realidade se trata de “usar melhor”. Os termos “eficiência” e “sustentabilidade” não são necessariamente intercambiáveis, apesar de muitos os usá-los como tal.
De fato, as Nações Unidas definem sustentabilidade como: “atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”. E, considerando essa definição e as apostas da indústria de tecnologia, o padrão deve ser mais alto do que apenas “usar menos”.
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A necessidade de Data Centers sustentáveis
Na era do ESG, as empresas precisam impulsionar a sustentabilidade em toda a operação, sendo os Data Centers um aspecto fundamental.
As questões ambientais, sociais e de governança tornaram-se o mantra da gestão ética na era da Indústria 4.0. Foi galvanizado pelos efeitos da pandemia nas práticas de trabalho, no bem-estar mental e na percepção dos governos de que enfrentar a crise climática é uma questão de urgência.
Os motores a vapor, linhas de produção e eletricidade, computadores e eletrônicos das revoluções industriais anteriores dependiam de combustíveis fósseis. Agora, contudo, é base é a conectividade e os sistemas cibernéticos, como computação em nuvem, IoT e Inteligência Artificial – com os Data Centers como infraestrutura primária.
A crise climática exige que os combustíveis fósseis deixem de ser a principal fonte de energia. Para isso, a melhor prática sustentável é operar com eletricidade, enquanto se tomam medidas para limpar a geração elétrica.
À medida que os Data Centers se tornam maiores, precisam gerar e armazenar a própria energia. Ou se localizarem nas proximidades de fontes de geração e armazenamento – desde que também haja acesso à rede de fibra óptica.
No caso da ODATA, um provedor especializado em serviços de Data Center, fomentar a utilização de energia limpa, assim como o consumo responsável e o reuso da água (necessária para a manutenção da estrutura e o arrefecimento dos servidores) é uma prioridade. Em conjunto com a implantação de programas de sustentabilidade ambiental, segundo os requisitos globais de ESG.
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