O cenário global da internet móvel e os efeitos do 5G na conectividade do Data Center

Leitura de 9 minutos
09/10/23

A disseminação da nova geração da internet móvel tem impulsionado a aceleração de uma força revolucionária. No domínio dinâmico da era digital, no qual os dados se impõem, cada vez mais, como uma nova moeda, é fundamental ponderar os efeitos do 5G na conectividade dos Data Centers.

Este é um tema central nos dias atuais, à medida que o movimento demanda a modernização das infraestruturas tecnológicas das empresas, que precisam pivotar rapidamente de modelos tradicionais dependentes de contêineres e serviços virtuais para adotar serviços em nuvem e edge.

Inegavelmente, a falta de adaptação imediata a esta mudança sísmica impõe à organização o risco de ser relegada à obsolescência.

De fato, a aceleração na demanda por conectividade transcende a mera velocidade, remodelando fundamentalmente a forma como as organizações navegam no terreno digital. Com velocidades superiores em até 20 vezes em comparação com a geração anterior, o 5G não apenas se traduz em um tráfego de dados mais rápido, baixa latência e estabilidade para os usuários, mas também proporciona eficiência incomparável às operadoras de rede.

Quer entender melhor o cenário atual do 5G, conhecer os impactos impostos à conectividade do Data Center e as recomendações para contorná-las? Leia a seguir:

O que é 5G?

O 5G – padrão de tecnologia de quinta geração para redes móveis e de banda larga – é um avanço transformador nos padrões de conectividade, já que apresenta atributos como velocidade, confiabilidade e estabilidade incomparáveis.

Em comparação com seu antecessor, o 4G, adiciona recursos importantes como taxas de transferência de dados significativamente mais rápidas, menor latência e maior capacidade para conexões simultâneas.

Embora o 4G tenha se concentrado, principalmente, na melhoria dos serviços de banda larga móvel, o 5G foi concebido para ser uma plataforma versátil, que atenda a uma ampla gama de aplicações. As velocidades reivindicadas, até 20 vezes superiores às do 4G, prometem redefinir as nossas interações com serviços e dispositivos digitais.

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Como o 5G funciona?

No centro da quinta geração da internet móvel está a arquitetura inovadora e o uso de tecnologias avançadas. Ao contrário das anteriores, o 5G se vale de uma combinação de ondas milimétricas de maior frequência e redes de pequenas células, que suportam uma transmissão de dados mais veloz e latência reduzida.

Por sua vez, tais células pequenas, distribuídas de forma mais densa do que as torres celulares tradicionais, possibilitam que o 5G acomode um grande número de dispositivos conectados simultaneamente. Além disso, tecnologias como Massive MIMO (Multiple Input Multiple Output) e beamforming melhoram a força e a qualidade do sinal.

Esta infraestrutura dinâmica e interligada constitui a espinha dorsal do funcionamento do 5G, servindo de base para o seu potencial de revolucionar não só as experiências de uso de dispositivos móveis, mas também a evolução digital de setores como o da saúde, educação, varejo e a indústria.

Para o mercado corporativo, a possibilidade de rodar aplicações com baixa latência suporta o monitoramento de processos e negócios em tempo real. Como exemplos iniciativas que estão inseridas na rotina de muitos negócios, gerando ganhos de eficiência, reduzindo custos e, ao mesmo tempo, trazendo um impacto ambiental positivo, vale ressaltar:

  • telemedicina
  • educação a distância
  • cidades inteligentes
  • seus carros autônomos
  • automação de equipamentos nas cadeias de suprimentos
  • controle de insumos
  • e o monitoramento do agronegócio.

SAIBA MAIS: 4G e 5G: saiba a diferença e prepare seu Data Center para a nova geração da internet móvel


5G tem forte crescimento no mundo e deve passar 2 bilhões de assinaturas até 2028

A adoção global do 5G no mundo não tem sido apenas rápida, mas dá sinais de que ultrapassará seu precursor: estima-se que chegará a 2,5 bilhões de conexões até 2028. Estas informações provêm de dados fornecidos pela 5G Americas e pela Omdia, que indicam um aumento na adesão ao modelo, com a adição de 331 milhões de novas conexões 5G só no primeiro semestre de 2023, elevando o total global para impressionantes 1,4 bilhões.

As ainda projeções sugerem uma aproximação iminente à marca dos 2 bilhões até ao final desse ano, destacando o crescimento exponencial na adoção e na implementação de redes. De acordo com a apuração, o cenário mundial do 5G está passando por uma expansão substancial, com 287 redes comerciais atualmente em operação em todo o mundo – capilaridade essa que deve chegar a 425 até 2025.

Contudo, é certo que o verdadeiro salto do 5G virá quando as empresas conseguirem evoluir suas abordagens de monetização da nova infraestrutura.


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O panorama do 5G nas Américas

A América do Norte segue na dianteira na corrida pela conectividade móvel, segundo o levantamento da 5G Americas e da Omdia, com 151 milhões de conexões 5G e robustas 496 milhões de conexões LTE até o final do segundo trimestre de 2023. A taxa de penetração da quinta geração da internet móvel na região chegou a 40%, com projeções antecipando notáveis 669 milhões de conexões 5G até 2028.

Enquanto isso, a América Latina e o Caribe apresentam um crescimento robusto em redes 4G LTE, com um taxa de crescimento trimestral de 1,9%, totalizando 10,6 milhões de novas conexões LTE no segundo trimestre de 2023. A região deve triplicar suas conexões 5G até o final do ano, atingindo um total de 62 milhões e indicando um aumento significativo para 501 milhões de conexões até 2028.

O estudo Mobility Report, divulgado em junho de 2023 pela Ericsson, corrobora essa projeção de crescimento: a consultoria prevê que as assinaturas 5G na América Latina atingirão 330 milhões até 2028. De acordo com o relatório, havia na região cerca de 7 milhões de assinaturas 5G no final de 2022.

Seus analistas esperam uma adesão mais substancial na adoção da nova internet móvel a partir de 2024. Contudo, lembram que o avanço das assinaturas na América Latina foi atrasada por um ano, devido à lenta aceitação e às expectativa de condições macroeconômicas difíceis e contínuas na região.


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E como está o 5G no Brasil?

Enquanto isso, no Brasil, 82% das lideranças de TI se sentem pressionadas a implementar e a utilizar novas tecnologias em suas empresas. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Google Cloud, juntamente com a IDC Brasil, tal sensação decorre do crescimento da necessidade das empresas avançarem no processo de digitalização. Na apuração, a nuvem apareceu como a tecnologia primordial para conduzir as organizações nessa jornada digital e habilitar a adoção de novas tecnologias, como a inteligência artificial generativa.

Esse é o mesmo sentimento que vem acelerando a adoção do 5G no País.

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 61% dos empresários industriais consideram importante adotar a tecnologia 5G. No entanto, apesar da avaliação positiva, 54% das empresas ouvidas sequer discutem a instalação da rede. A falta de infraestrutura adequada e o alto custo para implementar a tecnologia lideram a lista de barreiras à adoção.

Nessa toada, a consultoria EY, na 4ª edição do relatório estudo Reimagining Industry Futures, revelou que 39% dos executivos planejam investir em 5G em 2024 e que 49% pretendem fazê-lo dois ou três anos. Além disso, 3 em cada 4 entrevistados reconheceram que as organizações precisarão ter um olhar estratégico na implementação e no uso da nova geração da tecnologia de conectividade.

Panorama local

Por aqui, a ativação do sinal na faixa de 3.5GHz teve início em 6 de julho de 2022, em Brasília, com a promessa de instalação em todas as cidades com mais de 500 mil habitantes até 2025. Pouco mais de um ano depois, este é o cenário:

  • 1.610 municípios estão liberados para sua implementação;
  • está disponível em 184 cidades brasileiras;
  • já é usada por mais de 10 milhões de usuários;
  • conta com mais de 13 mil antenas por todo o País;
  • dispõe de 184 modelos de smartphones compatíveis com a tecnologia;
  • é acessada por 4% do total de celulares conectados à Internet (dados da Anatel referentes ao último mês de maio de 2023).

De acordo com a Omdia, no segundo trimestre de 2023, o Brasil contava com 5,3% de participação de 5G no mercado global (share), com 11,4 milhões de conexões em dispositivos móveis. Em comparação, a China já detinha 60% do mercado no período.

Nesse caminho, a GSMA estima que o 5G deve atingir a marca de 36,2 milhões de acessos no Brasil até 2025, mais do que triplicando o cenário atual. Para 2030, a expectativa é atingir mais de 179 milhões. No entanto, para que essa projeção se concretize ainda há muito a ser feito, tanto em termos de infraestrutura quanto de capacitação das equipes.


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Como o 5G impacta os Data Centers?

Como vimos, a disseminação do 5G caminha a passos largos em todo o mundo. Ao mesmo tempo, o advento está remodelando o panorama da conectividade dos Data Centers, trazendo desafios e oportunidades.

Isso porque o volume substancial de dados processados, armazenados e distribuídos pelas redes 5G impõe uma pressão sobre os centros de dados. Por sua vez, aumenta-se a demanda por capacidade computacional e infraestruturas associadas, incluindo armazenamento, conectividade e suporte de computação de ponta.

Embora alguns operadores tenham, inicialmente, adotado uma postura cautelosa, aproveitando a flexibilidade das arquiteturas existentes, os avanços tecnológicos como a conteinerização e a virtualização já recrutam hardware e software de rede para lidar com as crescentes demandas de 4G, expandindo-as para acomodar a crescente infraestrutura da quinta geração.

O que fazer para suportar esse movimento?

Para atender a essas demandas, os gestores de Data Centers precisam atualizar estrategicamente seus processos de ciclo de vida, substituindo hardware de rede mais simples por componentes compatíveis com o novo padrão.

Além disso, uma compreensão completa do impacto do 5G nas tecnologias existentes, como a virtualização das funções de rede e as redes definidas por software, torna-se crucial para garantir o tratamento perfeito do aumento da carga de trabalho.

A familiaridade com os padrões Open RAN também é fundamental, à medida que os fornecedores de redes mais novos e mais ágeis os aproveitam em suas tecnologias 5G. E, potencialmente, remodelam o cenário competitivo, demandando treinamento e certificações aprimorados para operadores e equipes que mantém os centros de dados.

Por fim, prevê-se que a convergência da arquitetura 5G e das tecnologias de suporte, juntamente com o aumento das práticas de Colocation, facilite a transferência contínua de dados, a baixa latência e a comunicação sem atrito entre centros de dados grandes e hiperlocais.


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