Data Centers sustentáveis: conheça as principais métricas para atestar a eficiência ambiental

Leitura de 9 minutos
29/03/23

Se não a maior, a sustentabilidade é, hoje, uma das principais preocupações das empresas. Neste cenário, organizações das mais diversas áreas têm procurado caminhos para adotar estratégias de gestão alinhadas às boas práticas do ESG, capazes de endereçar suas questões ambientais, sociais e de governança corporativa. E tal fato, sem dúvida, se reflete na crescente exigência por Data Centers sustentáveis.

Isso porque, por um lado, os centros de dados são a espinha dorsal de grande parte das nossas vidas econômicas, comerciais e sociais. Por outro, também são alguns dos maiores consumidores de energia do mundo.

A verdade é que os Data Centers modernos têm sido levados ao limite para atender às necessidades de seus usuários. E tal comportamento, por sua vez, ocasiona o uso intenso de recursos como energia e água, desencadeando uma série de desafios ambientais e econômicos.

Por razões como essa, assegurar que a companhia mantém um Data Center sustentável é fundamental, já que os indicadores de ESG incidirão diretamente não apenas nos resultados do negócio, mas na reputação da empresa, no valor da marca e no relacionamento com seus clientes.

Neste cenário, ser capaz de medir a adequação ambiental do seu Data Center é crítico. Para saber onde você precisa chegar, é necessário saber onde está, certo?

Para ajudá-lo nessa tarefa, neste artigo, falaremos sobre as principais métricas utilizadas globalmente para comprovar a conformidade dos Data Centers sustentáveis às normas em vigor. Confira a seguir:

O que são Data Centers sustentáveis?

Um Data Center sustentável é, basicamente, um centro de dados energeticamente eficiente e com baixa pegada de carbono, projetado para reduzir seu impacto ambiental e o uso de recursos naturais.

De modo geral, esse tipo de estrutura emprega tecnologias consideradas ecológicas, como fontes de energia limpas e renováveis e sistemas de refrigeração de baixo consumo, assim como outras tecnologias computacionais capazes de economizar água e energia.

Da mesma forma, também se esforçam para minimizar o desperdício e as emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo em que medem os impactos sociais e econômicos de suas operações.

Assim, pode-se dizer que Data Centers sustentáveis são instalações capazes de manter as operações em um alto nível de eficiência ao longo do tempo. Nesse caminho, as empresas que os detém inserem a redução do impacto ambiental e da pegada de carbono entre as principais prioridades do negócio, também atendendo às iniciativas de sustentabilidade corporativa.

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Por que investir em Data Centers mais sustentáveis?

Como vimos, Data Centers sustentáveis realizam o armazenamento de dados seguindo as melhores práticas de sustentabilidade do mercado, enquanto consomem menos energia e outros recursos naturais.

Por outro lado, inegavelmente, o custo de construção de um Data Center sustentável, priorizando-se a eficiência energética, é maior do que o de um centro de dados típico. Apesar de terem um custo total de propriedade (TCO) mais baixo e de serem financeiramente mais econômicos no longo prazo, os recursos necessários para desenvolvê-los são inicialmente mais dispendiosos.

No entanto, diante dos crescentes custos da energia, o retorno inicial do investimento pode ser obtido antes do projetado, conforme revela um estudo da consultoria Persistence Market Research. O aumento das emissões de CO2 também estão impulsionando a demanda por estruturas mais verdes.

Assim, prevê-se que o crescimento do mercado de Data Centers sustentáveis aumente, como resultado de vantagens como economia de longo prazo e de ROI aprimorado. O relatório revela que muitas corporações já começaram a implementar iniciativas ecológicas para suas operações diárias de TI, com Data Centers verdes sendo uma das iniciativas de maior destaque. Com isso, prevê que o mercado de estruturas ambientalmente bem planejadas crescerá mais de 14% ao ano até 2032.

Um acelerador importante para a evolução desse cenário é o fato deque vários governos estão trabalhando ativamente para encorajar a construção de Data Centers ecologicamente responsáveis, energeticamente eficientes e econômicos. Consequentemente, regulamentos ambientais rigorosos, que exigem conservação de recursos naturais e a redução no consumo de energia, aumentarão a demanda por esse tipo de estrutura e impulsionarão sua aplicação no mercado.


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Como avaliar a sustentabilidade do Data Center? Conheça as principais métricas

Energia proveniente de fontes renováveis, instalações de refrigeração mais eficazes, equipamentos energeticamente eficientes e sistemas de gerenciamento e mitigação de impactos ambientais são componentes comuns nesses edifícios ecológicos.

Mas apesar das boas práticas do ESG estarem em destaque entre as principais pautas corporativas da atualidade, muitos gestores de Data Centers ainda têm dificuldade de avaliar o nível de sustentabilidade de suas estruturas. Muitos não têm os dados necessários para analisar a performance ambiental, não dispõem de ferramentas apropriadas para coletar e relatar os dados ou, nem mesmo, têm certeza do que devem medir.

No entanto, existem diversas métricas que podem ser acompanhadas para entender o quão “verde” é o Data Center, certificando que o edifício foi desenvolvido para atuar de forma que menos impacte o meio ambiente.

Desse modo, para garantir que sua equipe esteja tomando as medidas corretas para que o centro de dados seja efetivamente mais sustentável, adotar alguns dos indicadores mais utilizados internacionalmente, como os que detalharemos a seguir, é um dos caminhos mais assertivos para o sucesso.


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Eficiência na geração e no uso de energia

É amplamente reconhecido que os Data Centers requerem grandes volumes de energia para manter o funcionamento de servidores, equipamentos de refrigeração, redes e de dispositivos operacionais.

Por isso, adotar fontes renováveis e melhorar a eficiência energética são duas das ações mais críticas para que se possa reduzir o impacto ambiental decorrente do consumo de energia.

Desenvolvido em 1997, o indicador de PUE (power usage effectiveness) avalia, em especial, o consumo energético de um Data Center. De modo geral, mede a proporção da energia fornecida, dividida pela quantidade que os equipamentos instalados nele utilizam. O objetivo é fazer com que a proporção chegue o mais próximo possível de 1,0, o que indica o uso efetivo.

A boa notícia é que a eficiência energética dos Data Centers vem melhorando sensivelmente, mesmo com o aumento da demanda por computação, resfriamento e conectividade na última década. Esse avanço foi acelerado por fatores como:

  • a construção de instalações inteligentes, utilizando-se equipamentos mais verdes e eficazes;
  • a migração de centros de dados próprios (geralmente alocados em instalações mais antigas, que ainda operam com equipamentos que não são tão eficientes) para estruturas de colocation e de nuvem, mantidas por provedores especializados;
  • o crescimento de servidores baseados em GPU;
  • e o surgimento de Data Centers de hiperescala, que fornecem serviços para grandes provedores, em escala, sem um crescimento correspondente em energia consumida.

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Emissões de carbono e de gases de efeito estufa

O dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa (CH4, PFCs e HFCs) são agentes significativos para as mudanças climáticas. Por isso, medir e priorizar a redução das emissões deve ser uma das prioridades quando se pensa em Data Centers sustentáveis.

À medida que os países reafirmam seu compromisso com a neutralidade do carbono (net zero carbon), as regulamentações ambientais evoluem rapidamente. Felizmente, o setor de tecnologia está respondendo positivamente, com muitos operadores de Data Center e prestadores de serviços de nuvem dedicando-se a se tornarem neutros até 2030.

Para efeitos de medição, é preciso considerar que as emissões de gases de efeito estufa dos centros de dados incluem aspectos como: as emissões diretas dentro de uma operação, o consumo de energia e as emissões indiretas, como no caso da geração de resíduos e das viagens de negócios.

Além dos Objetivos de Desenvolvimento de Sustentabilidade (ODS) da Organização das Nações Unidas, que estabelecem um conjunto abrangente de ferramentas fundamentais para a sustentabilidade na organização, para que se possa fazer uma gestão de emissões eficiente é preciso cumprir padrões e adotar indicadores específicos, que são reconhecidos globalmente.

Como exemplo, a medição da eficácia no uso de carbono (carbon usage effectiveness – CUE). O CUE ajuda a confirmar se o Data Center atingiu suas metas de sustentabilidade, considerando a proporção de emissões de dióxido de carbono que a estrutura gera, dividida pelo consumo de energia dos equipamentos instalados nele. O objetivo é obter o menor valor possível, o que indica que o centro está efetivamente controlando suas emissões de dióxido de carbono e, consequentemente, a pegada ambiental.

Além desse indicador, duas entre as principais certificações internacionais atestam que o edifício é energeticamente eficiente e ecológico:

  • ISO 14001: obter e manter essa certificação é crucial para que se possa fornecer às organizações uma estrutura dedicada a proteger o meio ambiente;
  • LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental): essa certificação assegura a promoção de práticas sustentáveis na indústria da construção que, por sua vez, inclui os edifícios de Data Center;

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Outras métricas

Além de medir o consumo de energia e a pegada de carbono da estrutura, conforme a organização avança na manutenção do ESG em seu Data Center pode adicionar outras métricas à sua rotina de acompanhamento, como:

  • Utilização de água: à medida que o Data Center atinge níveis mais altos de sustentabilidade, é fundamental pensar em iniciativas eficientes para o uso da água (em especial, para o arrefecimento dos equipamentos). Por isso, os provedores especializados estão investindo em novas tecnologias que reduzem significativamente a quantidade de água necessária para resfriar e operar suas instalações;
  • Lixo eletrônico: no caso dos centros de dados, o termo e-Waste se refere ao despojamento de equipamentos de armazenamento, de rede e de servidores mais antigos. Se não forem descartados adequadamente, esses dispositivos podem depositar metais pesados e outros materiais perigosos em aterros, contaminando o solo, o lençol freático, o ar e causando a morte de plantas e animais que vivem no entorno. Para o gerenciamento eficaz e sustentável do lixo eletrônico, pode-se utilizar métricas como a taxa de recuperação de materiais;
  • Uso da terra e exploração da biodiversidade: embora muitos Data Centers reutilizem edifícios existentes, centros mais novos e sustentáveis podem ter impactos mensuráveis sobre a terra e o habitat do entorno. Isso demonstra a atenção da empresa a esses aspectos, além do compromisso de ser um bom vizinho, adequando-se ao meio ambiente da forma mais orgânica possível.

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