Sustentabilidade

Os acordos da COP27 podem impactar seu Data Center?

Leitura de 9 minutos
29/11/22

A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – conhecida como COP27 -, foi concluída no domingo, 20 de novembro de 2022, com um acordo histórico entre os 198 países participantes. Em especial, essa resolução tratou da criação de um fundo para ajudar países mais vulneráveis na recuperação das perdas e danos já causados pelo efeito estufa.

Além desse ponto, os líderes discutiram outras importantes temáticas como a guerra na Ucrânia e seus impactos, e os desastres naturais, que estão cada vez mais implacáveis, além das reparações climáticas que se fazem necessárias e dos caminhos para se acelerar a transição para ‘net zero’.

Bem, à essa altura, você já deve estar se perguntando se as definições da COP27 poderão afetar os negócios da sua empresa – mais especificamente, a sua operação de TI. A resposta é sim. A exemplo do acordo de reparação mencionado acima, impactos ambientais geram prejuízos não apenas ao meio ambiente, mas também demandam grandes investimentos financeiros para restituir o estrago.

Em um contexto onde, cada vez mais, as pessoas acompanham de perto as notícias relacionadas à prática ESG, aos danos causados pelas empresas com as quais se relacionam e às suas iniciativas de compensação ambiental e social, estar em conformidade com as diretrizes deste acordo é fundamental.

Com a aceleração da digitalização, a infraestrutura tecnológica demanda modernização constante, o que, por sua vez também exige mais dos recursos naturais para sua sustentação. E aqui vamos falar, em especial, dos Data Centers.

Quer saber mais sobre o tema? Preparamos um artigo bem completo para você. Acompanhe a seguir:

O que é COP27?

COP 27 é a forma reduzida com a qual ficou conhecida a 27ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em Inglês). É um tratado internacional, realizado com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.

A edição de 2022 foi realizada na cidade balneária de Sharm El-Sheikh, no Egito, e contou com a participação de 198 países que aderiram à UNFCCC.

O encontro ocorre todos os anos, desde 1995. E, desde então, reúne as principais lideranças globais para definir iniciativas práticas, que podem ser adotadas para se alcançar a sustentabilidade e o crescimento nas esferas de energia, natureza, materiais, adaptação e finanças.

As conferências realizadas nos últimos anos resultaram em alguns dos acordos mais importantes da história, como o Acordo de Paris, na COP21, e na criação do mercado global de carbono, na COP26.

Em especial, a COP 27 foi importante para que os países reafirmassem as metas estabelecidas nos anos anteriores, visando garantir o cumprimento de ações urgentes sobre o clima. Assim, definiram iniciativas para reduzir os impactos negativos das mudanças climáticas, trabalhando para assegurar um futuro mais sustentável para as próximas gerações.

A COP28 já está marcada para novembro de 2023, em Dubai.

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COP27: acordo final

A COP27 se encerrou com a resolução sobre perdas e danos sofridos pelos países mais vulneráveis e com uma declaração final que, de modo geral, trata de:

  • Redução de emissões de gases do efeito estufa: destaca a necessidade urgente de diminuições imediatas, profundas, rápidas e sustentáveis das emissões mundiais de gases do efeito estufa, responsáveis pela mudança climática;
  • Limitação do aquecimento global: endossa o Acordo de Paris (de 2015), por meio do qual os países se comprometeram a manter os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C;
  • Energia: aborda o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis, assim como a aceleração para transições limpas e justas às energias renováveis;

No caso da resolução sobre perdas e danos, o texto ressalta a necessidade de novos acordos de financiamento para ajudar os países em desenvolvimento, particularmente os mais vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças climática, a repararem as perdas e danos já sofridos. Para isso, serão oferecidos e mobilizados recursos adicionais, estabelecendo-se um fundo global.

Um comitê de transição integrado por 24 países – três deles da América Latina e Caribe – elaborará recomendações sobre o funcionamento e financiamento dos novos dispositivos, incluindo o fundo específico. Ainda será necessário determinar quem serão os contribuintes. As recomendações para a adoção dos novos mecanismos de financiamento serão apresentados na COP28.


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Data Centers e o impacto no clima

Os Data Centers funcionam como os “cérebros” gigantes da era da Internet. Isso porque são os grandes responsáveis pelo constante processamento de dados, tão necessário para suportar a crescente dependência da sociedade do comércio eletrônico, de serviços bancários online, da computação em nuvem e de uma lista cada vez maior de aplicações.

No entanto, há uma questão importante nessa dependência: o impacto negativo ao meio ambiente.

Fato é que, para suportar todo esse mundo digital, existem vários milhões de Data Centers espalhados globalmente. Cada instalação, por sua vez, pode acomodar dezenas de milhares de servidores, que consomem um grande volume de água e energia (e, consequentemente, de combustíveis para gerá-la) para seu funcionamento.

Nos últimos anos, vimos o rápido surgimento de Data Centers de hiperescala. E essas estruturas gigantes (algumas maiores do que vários campos de futebol) amplificam a quantidade de energia utilizada para manter milhares de servidores funcionando 24 horas por dia, 365 dias por ano.

Por isso, o efeito ambiental combinado de todos esses centros de dados, assim como o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais verdes e de iniciativas para a compensação ambiental, tornou-se uma preocupação crescente para empresas, governos e para o público em geral.

As definições da COP27 são claras e, nos próximos meses, os operadores de Data Centers devem responder a elas.


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Como a COP27 pode mudar as coisas para os Data Centers?

A construção de centros de dados com maior eficiência energética, utilizando-se, em especial, fontes de energia limpa, é um bom exemplo de como as instalações podem avançar nas diretrizes da COP27. Isso, à medida que a descarbonização do setor aumenta em todo o mundo.

Para garantir que os Data Centers sejam parte integrante de um futuro sustentável, seus operadores precisam alcançar ambiciosas metas de uso racional de recursos naturais e de redução de gases de efeito estufa, alavancando a tecnologia e a digitalização para atingir os termos do acordo climático.

Práticas como a construção de fontes de energia limpas e independentes, assim como de sistemas inteligentes de reuso da água para o arrefecimento da estrutura são essenciais para que os Data Centers tornem-se cada vez mais verdes.

Além disso, o processo de construção dos edifícios em si é um dos fatores de maior preocupação, já que reconhecidamente implica em um grande volume de emissões de carbono. Nesse sentido, o desenvolvimento do projeto por fornecedores especializados, assim como a modularização das instalações, cria novas possibilidades de construção rápida e com menor pegada de carbono.

A migração de edifícios próprios para estruturas remotas e compartilhadas, como nos Data Centers de Colocation e em nuvem também contribui fortemente para esse objetivo. Isso porque, além de reduzir o número de construções, normalmente as estruturas mantidas por provedores especializados passam por rigorosos processos de auditoria e certificação, para garantir que todos os quesitos de sustentabilidade estão sendo mantidos.

O processo em si é muito importante para colocar em movimento a colaboração para a descarbonização. Essencialmente, trata-se de reunir os diferentes atores, fazendo com que conversem e cheguem a um acordo sobre uma visão compartilhada e algumas metas. E que cheguem a uma combinação sobre as ações que precisam ser implementadas para transformar o setor da construção”.

Jonathan Duwyn
Head de Portfólio de Edifícios e Construções
no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

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Sustentabilidade nos Data Centers ODATA

Desde a sua fundação, a ODATA prioriza a prática ESG em seus Data Centers. E, diante de um mundo em rápida mudança, está revisando sua estratégia para aprimorar o desempenho de suas estruturas em toda a América Latina, em linha com as diretrizes da COP27.

A companhia está comprometida em adotar programas de ecoeficiência. Para isso, está concentrada em adequar as suas atividades às licenças ambientais dos países em que atua, buscando novas tecnologias economicamente viáveis, otimizando o consumo de água, energia e papel, além da manipulação consciente de resíduos sólidos.

Em seus Data Centers, a ODATA oferece vagas para recarga de carros elétricos, sistema de utilização de água de reuso pluvial, torneiras e iluminação com sensores e difusores para redução do consumo de água e energia, painéis solares, além de utilizar lâmpadas LED, sensores de presença e temporizadores em todos os ambientes.

Ademais, a companhia mantém um sistema de descarte correto de óleo diesel, lâmpadas, materiais eletrônicos, pilhas, baterias e sólidos contaminados (resíduos de manutenção).

Desde 2020, a empresa responde ao questionário Carbon Disclosure Project (CDP) referente à governança, riscos, oportunidades, engajamento e biodiversidade. Trata-se de um documento formulado por investidores, visando à transparência na divulgação de informações relacionadas às estratégias de mudanças climáticas. 

Além disso, aderiu ao Acordo Climático iMasons (ICA). Esta é uma iniciativa do grupo composto por diferentes empresas de infraestrutura digital que buscam, em conjunto, frear os impactos ambientais e as mudanças climáticas por meio da redução de carbono em materiais, produtos e energia de infraestrutura digital. A proposta é reunir empresas responsáveis por desenvolver novas tecnologias para a transformação digital e criar um mundo mais conectado para a população mundial. 

A ODATA também se comprometeu em reduzir suas emissões de escopos 1 e 2 em 23% até 2030. A meta foi definida pela empresa ao aderir ao Science Based Targets Initiative (SBTi), uma colaboração global que define e promove práticas para que as companhias adotem metas com base na ciência, para a redução de suas emissões de gases de efeito estufa. 

Certificações

O Data Center ODATA DC SP01, instalado em São Paulo, é um dos poucos Data Centers da América Latina a manter a certificação LEED Gold, que atesta o cumprimento de requisitos para construções sustentáveis, com alta eficiência energética.

Além disso, a ODATA acaba de conquistar a certificação ISO 14001, correspondente às diretrizes do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que se soma às certificações ISO 9001, ISO/IEC 20000-1 e ISO/IEC 27001.

A companhia também está trabalhando para a obtenção do certificado UL ECVP 2799 (Environmental Claim Validation Procedure for Zero Waste to Landfill), que reconhece as práticas de tratamento de resíduos com índices iguais ou superiores a 80%.


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