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IDC revela o potencial e os riscos da Web 3.0

Leitura de 8 minutos
20/07/22

Todos os dias, vemos o surgimento de novas tecnologias que prometem revolucionar a forma como vivemos e nos relacionamos. Mas para que suas vantagens sejam efetivamente percebidas, que tipo de adaptação será necessária no ambiente digital que habilita seu funcionamento? Esta é a principal discussão acerca da Web 3.0, considerada a terceira onda da Internet.

Assim, a Web3, como também é chamada, prevê a reestruturação de todo o conteúdo disponível na rede mundial de computadores dentro dos conceitos de Web Semântica. Por isso, também pode ser chamada de “Web Inteligente”.

O que pode parecer uma discussão futurista já tem impactos nos dias de hoje, já que, como pudemos comprovar no pico da crise da Covid-19, as empresas que não se adequam às inovações tecnológicas ficam para trás.

Para ajudá-lo a se preparar para este cenário, trazemos os destaques de um novo relatório de pesquisa publicado pela consultoria International Data Corporation (IDC), que explora os principais desenvolvimentos, tendências, oportunidades e desafios do ecossistema da Web 3.0 e tecnologias associadas.

Quer saber mais? Leia a seguir:

O que é Web 3.0?

Verdadeiramente, a Web 3.0 vem despertando interesse significativo em todos os setores, com startups e projetos de inovação de grandes empresas abrangendo os mais diversos componentes do ecossistema Web3. E esse comportamento, de fato, deve ditar uma nova forma das organizações se relacionarem com seus stakeholders – em especial, com os colaboradores e o consumidor.

No relatório da pesquisa intitulada IDC TechBrief: Web3, a International Data Corporation define a versão 3.0 da World Wide Web como:

O conceito de Web 3.0 abrange uma coleção de tecnologias e protocolos abertos, incluindo blockchain, que suportam o uso e armazenamento nativamente confiáveis ​​de dados, conhecimento e valor descentralizados.

IDC

Mais recentemente, o termo Web 3.0 – cunhado por Gavin Wood em 2014 -, se popularizou com o advento dos tokens não fungíveis (NFTs), das redes de blockchain e das criptomoedas. Assim, trata de uma evolução dos sistemas operacionais rumo à descentralização, com o principal objetivo de conceder maior controle ao usuário.

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E o que é Web Semântica?

Antes de nos aprofundarmos no cenário da tecnologia e nas recomendações, também vale a pena entendermos o conceito de Web Semântica, termo mencionado na introdução deste artigo.

Bem, trazendo uma breve descrição sobre os fundamentos, podemos dizer que Web Semântica é uma visão extendida da World Wide Web existente, que fornece aos programas de software metadados interpretáveis por máquina, a partir das informações e dados publicados. Em outras palavras, é a adição de mais descritores de dados ao conteúdo existente na Internet atual.

Como resultado, os computadores são capazes de fazer interpretações significativas, semelhantes à maneira como os humanos processam informações para atingir seus objetivos.

A ambição final da Web Semântica, conforme a visão do criador do conceito – Tim Berners-Lee -, é permitir que os computadores manipulem melhor as informações, em benefício dos usuários humanos.

Ele explica ainda que, no contexto da Web Semântica, a palavra “semântica” indica que é “processável por máquina”, ou o que uma máquina é capaz de fazer com os dados. Já o prefixo “web”, transmite a ideia de um espaço navegável, de objetos interconectados, com mapeamentos dos recursos.

Assim, pode-se dizer que o termo se refere à uma rede global de Internet de dados vinculados. por sua vez, as tecnologias da Web Semântica permitem que as pessoas criem armazenamentos de dados na Web, construam vocabulários e escrevam regras para lidar com dados. Os dados vinculados são capacitados por tecnologias como RDF, SPARQL, OWL e SKOS.

De modo geral, o que está por trás da visão original da Web Semântica – e, por sua vez, de parte da Web 3.0, aparece sob o guarda-chuva de três principais tecnologias:

  • Automação da recuperação de informações
  • Internet das Coisas
  • e Assistentes Pessoais.

Para concluir (e evitarmos alguma confusão), vale mencionar que, até alguns anos atrás, o termo Web 3.0 era frequentemente usado para descrever o que, atualmente, é conhecido como “Web Semântica”. Contudo, os conceitos agora são considerados parte do que hoje chamamos de Web3, embora não a totalidade.


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O panorama atual

Ao longo dos últimos anos, temos observado esforços conjuntos para a construção de uma internet mais eficiente, descentralizada e mais confiável, com o principal objetivo de se endereçar questões de controle, de privacidade, de segurança e de confiança. E, ao mesmo tempo, para apoiar a integração contínua, transparente e econômica, com interações e transações eficientes, cruciais para a economia digital global.

De acordo com os analistas da IDC, muito provavelmente, a Web3 começará a se desenvolver como uma evolução da Web 2.0, à medida que as organizações autônomas descentralizadas (DAOs) começarem a desenvolver mais aplicações construídas em blockchain, criptomoedas e NFTs.

Hoje, toda a infraestrutura em que os sites populares nos quais passamos boa parte do nosso tempo acordado são, geralmente, de propriedade de corporações – e, até certo ponto, controlados por regulamentos estabelecidos pelos governos.

Isso ocorre porque tem sido a maneira mais simples de se construir infraestrutura de rede. Nesse modelo, uma empresa paga para instalar servidores e configurar neles softwares que as pessoas desejam acessar online. E, em seguida, nos cobra para usá-los ou até nos permitem acessá-los gratuitamente, desde que sigamos suas regras.


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O cenário futuro da Web 3.0

E embora não esperemos que a transição da Web 2.0 para a Web3 aconteça da noite para o dia, os primeiros raios dessas mudanças já podem ser vistos no horizonte – como exemplo, podemos mencionar as plataformas de mídia social baseadas em blockchain (como a Steemit). E, em breve, começaremos a ver carteiras digitais para NFTs em nossos smartphones.

Carteiras digitais para nossas contas bancárias, cartões de crédito e cartões de embarque podem ser encontradas atualmente nos mais diversos dispositivos, mas ainda não há carteiras para o armazenamento seguro do valor da propriedade – intelectual, intangível ou tangível.

Em um futuro próximo, os NFTs serão um item comum em nossas vidas digitais, em nossos telefones, interações diárias e Web3.

Neste cenário, visando-se em primeiro lugar as entregas mais fáceis neste processo de evolução, a IDC defende que os DAOs permitirão que criadores de conteúdo, jogadores e usuários de mídia social reequilibrem o poder que as corporações tradicionais guardam zelosamente no panorama da Web2.

Para isso, os NFTs se tornarão a “aplicação matadora” do blockchain, transformando a maneira pela qual não apenas a propriedade intelectual e o conteúdo serão compartilhados equitativamente na web, mas em todo o mundo – tanto real quanto no metaverso.

Por sua vez, enquanto os NFTs ganharam publicidade através dos preços exorbitantes da arte digital (como exemplo, o “Bored Ape Yacht Club”), sua eficácia como armazenamento seguro, imutável e não fungível de informações e valor foi inquestionavelmente demonstrada.

Sim – este caso de uso, por meio da arte NFT, pode parecer nada mais do que hype. Mas a realidade é que muitas empresas tomaram nota e perceberam que as NFTs fornecerão a tecnologia necessária para mudar, fundamentalmente, a maneira como rastreamos, medimos, protegemos e trocamos informações e valor.

Prepare-se: o que deve ser feito hoje para a chegada da Web3 amanhã?

As empresas devem obter uma compreensão clara de como sua organização depende da Web existente, em sua forma atual como Web 2.0, e o impacto que uma mudança para a Web3 teria em suas operações e lucros.

Dr. Christopher Lee Marshall,
Vice-presidente e sócio, IDC Ásia-Pacífico

No IDC TechBrief: Web3, além de fornecer um vislumbre do domínio da Web3; da manifestação do valor do negócio através de componentes Web3, seus analistas ainda trazem algumas orientações para que executivos de negócios e tecnologia possam se preparar para colher os benefícios da nova web e de suas tecnologias associadas. Entre elas, vale destacar:

  • Obtenha uma compreensão clara de como sua organização depende da Web existente, em sua forma atual como Web 2.0, e do impacto que uma mudança para Web3 teria;
  • Mantenha a vigilância nos próximos 12 a 24 meses, à medida que a base da Web3 for lançada, por meio do uso de blockchain, criptomoedas e NFTs. Essa base, uma vez estabelecida, provavelmente continuará sendo o protocolo padrão para Web3 pelos próximos 10 a 20 anos ou mais;
  • Comece a estabelecer uma base dentro de sua própria organização, para ter uma estratégia para lidar com a evolução da web. Os desenvolvimentos na tecnologia da Internet se moveram historicamente muito rapidamente e a tecnologia blockchain ainda mais. Os pioneiros podem muito bem ser os únicos a sobreviver à evolução.

Por fim, vale ressaltar a afirmação do analista Phillip Silitschanu, Diretor de Pesquisa, Worldwide Blockchain, Crypto, NFT e Web3 Strategies da IDC: “A questão a ser ponderada não é se a Web3 está chegando, mas a forma que a Web3 assumirá nos próximos anos”.


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