Investimentos em ESG: empresas já contabilizam o retorno da sustentabilidade

Leitura de 9 minutos
04/05/23

Mesmo com as pautas relacionadas à sustentabilidade ganhando cada vez mais espaço entre negócios e cidadãos comuns, ainda há quem se questione sobre a factibilidade do retorno dos investimentos em ESG. Contudo, diversas pesquisas comprovam que as organizações já estão sim colhendo os frutos – em especial os financeiros – da dedicação a iniciativas dessa natureza.

Apesar de muitos líderes ainda acharem que é preciso escolher entre um futuro mais sustentável e o lucro nos negócios, que vejam os gastos relacionados a ESG como uma despesa de capital e que enxerguem a opção pela energia renovável puramente como custo, as companhias que buscam mitigar os impactos socioambientais certamente estão mais bem posicionadas para crescer e alcançar melhores resultados.

Quer saber como empresas estão conseguindo tangibilizar o retorno de seus investimentos em ESG? Leia a seguir:

O que são investimentos em ESG?

De modo geral, investir em ESG é empregar parte dos esforços de pessoal e do orçamento de uma organização (ou até mesmo de um indivíduo) em iniciativas voltadas à adoção de boas práticas ambientais, sociais e de governança.

Por sua vez, entende-se o termo ‘investimentos sustentáveis’ como uma combinação de aplicações tradicionais com a abordagem das melhores práticas de ESG. Ou seja, em projetos capazes de transformar positivamente o grupo social no qual a companhia está inserida e, consequentemente, de construir um legado positivo para o mundo.

Também pode-se dizer que é a consideração desses elementos, em conjunto com fatores financeiros, no processo de tomada de decisão de um investidor. Nesse sentido, um artigo da Harvard Business School explica que é possível usar indicadores ambientais, sociais e de governança para avaliar até que ponto determinada companhia – e, portanto, um eventual investimento nela – afetaria cada uma das três áreas:

  • Ambiental: refere-se ao impacto no meio ambiente, incluindo as contribuições da empresa para a mudança climática, pegada de carbono, conservação de recursos, poluentes e o uso de água, energia e de tecnologias limpas;
  • Social: trata das relações com funcionários, fornecedores, clientes e comunidades, bem como as contribuições para o bem social – por exemplo, direitos humanos, práticas de contratação, políticas trabalhistas, segurança de dados e no local de trabalho, além do envolvimento com os funcionários e com a comunidade;
  • Governança: abrange a estrutura, ética e gestão de uma organização, incluindo diversidade e independência do conselho, remuneração executiva, políticas de transparência e anticorrupção e direitos dos acionistas.

Por fim, investir de forma sustentável significa reconhecer o papel da organização na sociedade, dedicando-se a melhorá-la para aqueles que fazem parte dela agora e para as gerações futuras.


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Cenário

O conceito de ESG já existe há alguns anos, mas vem se fortalecendo mais recentemente, já que as organizações estão começando a colher os frutos de seus benefícios tangíveis. Neste cenário, a crescente importância da sustentabilidade tem levado negócios de todos os tamanhos e setores, em todo o mundo, a se esforçarem para estabelecer e atingir metas ambientais, sociais e de governança.

Consequentemente, os executivos do C-level estão cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade, não apenas assumindo um papel mais ativo na promoção de iniciativas dessa natureza, mas reconhecendo o retorno dos investimentos em ESG.

De acordo com uma apuração do Gartner, 87% dos líderes empresariais esperam aumentar os investimentos em sustentabilidade nos próximos dois anos, não apenas para atender às pressões de seus stakeholders, mas também porque 86% dos entrevistados entendem que, por meio desta prática, estão protegendo sua organização de disrupções.

De fato, uma parte importante do crescimento do ESG foi impulsionada pelo componente ambiental e pelas respostas às mudanças climáticas. Mas as outras esferas, em particular a dimensão social, também vêm ganhando destaque. Uma análise da consultoria McKinsey indica que as propostas de acionistas relacionadas a questões sociais aumentaram 37% em 2021, em comparação com o ano anterior.

Corroborando com esses dados, nessa toada, os analistas da consultoria PwC acreditam que os investimentos institucionais focados em ESG aumentarão 84% até 2026 (somando US$ 33,9 trilhões), chegando, por exemplo, a representar 21,5% dos ativos sob gestão de consultorias especializadas no segmento.


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Desafios

Ao mesmo tempo em que a adoção de práticas mais sustentáveis está em alta nas organizações, cresce o desafio de encontrar as melhores estratégias para integrar a cultura ESG à rotina corporativa. Por esse motivo, é preciso garantir que as iniciativas de sustentabilidade estejam bem alinhadas aos objetivos de negócios existentes e que são passíveis de serem traduzidas em resultados mensuráveis.

Isso porque, somente a partir da demonstração do retorno dos investimentos em ESG, os líderes empresariais conseguirão defender a continuidade das iniciativas, além de convencer e engajar outras partes interessadas a unirem esforços nesse sentido.

De acordo com um estudo global divulgado em 2022 pelo Capital Group, para o qual entrevistaram mais de 1.100 executivos como conselheiros, consultores e intermediários, muitos ainda estão pensando em como integrar questões ambientais, sociais e de governança em suas decisões de investimento.

Mas, ainda de acordo com esse relatório, a boa notícia é que se, antes, as soluções ESG eram consideradas como um “bom ter”, hoje, 90% das empresas já as estão adotando de forma corriqueira, marcando um aumento significativo no interesse corporativo por questões relacionadas a esta temática.

Dos destaques da apuração, também vale destacar os desafios listados entre as conclusões principais:

  1. A integração ESG continua sendo a estratégia de implementação mais utilizada, seguida pelo investimento temático e pelo investimento de impacto;
  2. No entanto, o acesso aos dados se apresentou como um problema específico para os investidores. Na verdade, a falta de dados robustos é uma das maiores barreiras à adoção de ESG;
  3. Apesar de menos respondentes, em comparação o ano anterior, terem dito que o greenwashing (prática de camuflar, mentir ou omitir informações sobre os impactos das atividades de uma empresa no meio ambiente) era predominante, os temores de um escândalo de vendas abusivas desencadeadas por esta prática estão aumentando;
  4. Classificações inconsistentes ressaltam a importância do papel ativo dos gestores de ESG, que podem empregar a análise fundamental para identificar o valor e os riscos intrínsecos da prática.

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Benefícios dos investimentos em ESG

Por aqui, a agenda de sustentabilidade também vem ganhado cada vez mais a atenção das organizações no que tange à percepção e ao valor das marcas.

Nesse sentido, o relatório Climate Check 2022, publicado pela Deloitte, destaca que, entre os executivos brasileiros, 8 em cada 10 acreditam que investir em práticas ambientalmente sustentáveis trará benefícios econômicos de longo prazo ao negócio. Além disso, 74% dos entrevistados acreditam que suas organizações continuarão a crescer à medida que reduzirem as emissões de carbono nas operações.

Uma outra pesquisa, divulgada pela Google Cloud, endossa esse posicionamento. Neste estudo, 69% dos executivos entrevistados consideram a sustentabilidade um tema essencial para sucesso do negócio.

Companhias com fortes práticas ESG têm maior probabilidade de atrair investidores, além de fortalecer a reputação de sua marca, a lealdade do cliente e a retenção de colaboradores. Ademais, as iniciativas dessa natureza podem ajudar a reduzir custos operacionais e a fomentar a inovação, bem como a aumentar a vantagem competitiva da empresa.

No aspecto ambiental, ser eficiente em termos de recursos significa ser mais inteligente. Ou seja, gastar (e pagar) menos energia, água e gestão de resíduos, dedicando-se a fazer o mesmo, mas com menos. É uma vitória para o clima e para a companhia.

Além disso, preditores como boa governança, cadeias de suprimentos claras e menor impacto ou vulnerabilidade ambiental protegem as empresas de riscos relacionados aos aspectos cobertos pela ESG, que podem aumentar a volatilidade a longo prazo.


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Confiança

À medida que as organizações começam a construir e operar seus negócios digitais, elas também precisam construir confiança. Nesse sentido, a IDC defende que não é surpresa que o risco de segurança e a conformidade, que estão no centro da estrutura Future of Trust, sejam uma prioridade tecnológica para os CEOs em 2023.

Além disso, explica que algumas das organizações mais progressistas e estratégicas estão migrando para ESG e privacidade à medida que buscam entregar resultados – governança, ecossistemas e comércio confiáveis – não apenas internamente, mas cada vez mais externamente ao seu meio de atuação.

Por outro lado, afirma que tais negócios têm enfrentado alguns desafios e complexidade ao buscarem construir confiança para os negócios digitais no contexto geopolítico atual, operando em uma economia global que é cada vez mais digital por natureza.

À medida que cada organização expande seus negócios digitais e move dados e propriedade intelectual entre fornecedores, clientes e parceiros em um ecossistema online, várias questões de segurança de dados relacionadas aos mundos comercial e geopolítico que, consequentemente impactariam a confiança na marca, são levantadas. Desse modo, tais preocupações e cenários de soberania digital devem ser abordados como o próximo elemento do futuro da estrutura de confiança, na qual os executivos precisarão se concentrar.


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Investindo na Sustentabilidade do Data Center

Há anos, os Data Centers vêm sendo considerados o ‘calcanhar de Aquiles’ das empresas, devido ao consumo de altos volumes de energia e de água para manter o funcionamento dos servidores. Por isso, os líderes de TI estão correndo para tornar suas estruturas mais sustentáveis.

De acordo com uma projeção divulgada recentemente pelo Gartner, Inc., 75% das organizações terão implementado um programa de sustentabilidade de infraestrutura de Data Center até 2027, contra menos de 5% em 2022, impulsionadas pela otimização de custos e pelas pressões de seus stakeholders.

“(…) o impacto ambiental não deve ser o único foco. A sustentabilidade também pode ter um impacto positivo significativo em fatores não ambientais, como marca, inovação, resiliência e atração de talentos”, disse Autumn Stanish, Analista Principal Sênior do Gartner.

Assim, seus analistas defendem que o desempenho ambiental da infraestrutura de TI é apenas uma faceta de uma forte estratégia de sustentabilidade de Infraestrutura e Operações, com a maioria dos benefícios sendo indiretos.

Por isso, contar com o apoio de um provedor especializado como a ODATA, a primeira provedora de Data Center de hiperescala na América Latina a ter 100% do consumo de energia de seus edifícios proveniente de uma fonte energia renovável, certamente promoverá a melhoria dos indicadores de ESG da organização.


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