Governança corporativa: da transparência à voz dos stakeholders

Leitura de 8 minutos
14/02/23

Quando pensamos em sustentabilidade no contexto dos Data Centers o desafio pode ser intimidador, já que o tema engloba inúmeros fatores. Sabemos que não existem soluções simples, mas priorizar a governança corporativa, sem dúvida, é um dos caminhos mais efetivos para que a agenda ESG se torne parte inerente de uma operação de sucesso.

De fato, essa pauta já tem ganhado cada vez mais a atenção das organizações em meio à influência do ESG na percepção de valor das marcas.

Uma pesquisa da Deloitte, a Climate Check 2022, apurou que entre oito em cada dez executivos brasileiros acreditam que investir em práticas sustentáveis traz benefícios econômicos de longo prazo. Como exemplo, para 74% dos entrevistados, suas organizações podem continuar a crescer à medida que reduzem as emissões de carbono nas operações.

A verdade é que todo negócio está, inegavelmente, interligado com preocupações ambientais, sociais e de governança. Faz sentido, portanto, que uma forte cultura ESG seja construída para criar valor a toda a cadeia.

Neste artigo, vamos nos concentrar no entendimento da importância da governança corporativa, mais especificamente dos aspectos de transparência e de engajamento de stakeholders para o sucesso dos negócios.

Veja mais a seguir:

A governança no ESG

Antes de nos aprofundarmos no entendimento do conceito de governança corporativa vale, primeiro, considerarmos brevemente a sua contextualização entre os elementos individuais do ESG, de acordo com a definição da consultoria McKinsey:

  • o ‘E’ trata de critérios ambientais. Inclui a energia que sua empresa absorve, a água que consome, os resíduos que descarta, os recursos de que necessita e as consequências para os seres vivos. Não menos importante, abrange as emissões de carbono e as mudanças climáticas. Toda empresa usa energia e recursos; toda empresa afeta e é afetada pelo meio ambiente;
  • o ‘S’ abrange os critérios sociais e, assim, aborda os relacionamentos que sua empresa mantém e a reputação que constrói frente a pessoas e instituições nas comunidades onde faz negócios. Desse modo, abarca as relações de trabalho, diversidade e inclusão. Toda organização opera dentro de uma sociedade mais ampla e diversificada;
  • o ‘G’, por sua vez, trata da governança. É o sistema interno de práticas, controles e procedimentos que a companhia adota para se controlar, tomar decisões eficazes, cumprir a lei e atender às necessidades das partes interessadas. Toda empresa, que é em si uma criação legal, requer governança.
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O que é governança corporativa?

No contexto empresarial, a governança se refere aos sistemas de regras, práticas, processos e leis pelas quais as organizações são regidas, operadas, reguladas e controladas. O termo abrange fatores internos e externos que afetam os interesses dos stakeholders de uma empresa, incluindo administração, acionistas, colaboradores, clientes, fornecedores e reguladores governamentais.

Dessa forma, o modelo de governança corporativa seguido por uma determinada empresa é a distribuição de direitos e responsabilidades de todos os participantes da cadeia de relacionamento dessa companhia.

Por sua vez, a boa governança corporativa envolve o estabelecimento de princípios de segurança, transparência, equidade, conformidade, confiança e responsabilidade. E, assim, garante que todos sigam processos de tomada de decisão adequados e transparentes e que os interesses de todas as partes interessadas sejam protegidos.

O conselho de administração e/ou a diretoria executiva são responsáveis por criar e garantir o acompanhamento de uma estrutura de governança corporativa que melhor alinhe a conduta dos negócios aos objetivos da empresa.

O papel da governança corporativa

Sem dúvidas, a governança corporativa é fundamental para o bom funcionamento de qualquer organização, ao mesmo tempo em que demonstrá-la de forma transparente e eficaz é crítica para a construção de um bom colchão reputacional para a marca.

Para garantir a responsabilidade da empresa, baseia-se em um conjunto de regras, estatutos, políticas e procedimentos. Quando feita corretamente, estabelece uma estrutura que permite que a companhia alcance seus objetivos em todas as esferas da gestão.

A boa governança garante a integridade, a direção geral, o gerenciamento de riscos e o planejamento de sucesso. Isso, por sua vez, ajuda as organizações a se manterem financeiramente viáveis e a construirem relações e confiança sólidas com a comunidade, acionistas e investidores.

Demonstrar boa governança é, inclusive, considerado tão importante quanto a lucratividade para os negócios.

É por isso que nós, da ODATA, nos orgulhamos de contar que desde a fundação da empresa, em 2015, quando nascíamos como uma startup investida por um fundo de private equity, o princípio da governança sempre foi o grande norteador do nosso trabalho.

Desde o início, contamos com a criação de um conselho de administração independente e nos dedicamos à gestão de riscos corporativos. Elaboramos, regularmente, relatórios financeiros específicos – e, desse modo, prestamos contas de forma clara, concisa, compreensível e tempestiva.


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A importância da transparência na governança

Assim como o compliance, as políticas anticorrupção, a gestão de riscos e stakeholders, a transparência é um dos pilares principais da governança corporativa.

A transparência é um componente crítico, porque garante que todas as ações possam ser verificadas a qualquer momento, seja por aqueles que estão dentro da organização ou por um agente externo. Isso torna seus processos e transações verificáveis. E, portanto, se surgir uma dúvida, a empresa será capaz de fornecer uma resposta clara.

No mercado de tecnologia e, mais especificamente, no setor de Data Centers, há diversas formas de se adotar uma conduta baseada em transparência. Aqui, podemos destacar as auditorias de privacidade e de segurança da informação, que são muito importantes, além dos relatórios de sustentabilidade e da publicação de informações de ESG nos websites das empresas de forma consistente.

E claro, a obtenção de selos e certificações reconhecidas globalmente, como as ISO 14.001 e 45.001, a LEED e a ISE (índice de sustentabilidade empresarial da B3), além de diversos rankings e premiações.

Há, ainda, alguns frameworks que ajudam os gestores a entenderem melhor como funcionam suas empresas. Entre eles, o GRI (Global Reporting Standards) é o mais conhecido. No caso da ODATA, que trabalha com a construção da estrutura física de Data Centers, também podemos mencionar o GRESB, que avalia as práticas sustentáveis no mercado imobiliário.

Enfim, o mercado oferece diversos caminhos para que as organizações sejam transparentes. No entanto, se analisarmos casos recentes de companhias que sofreram impactos em suas operações, vemos que muitas delas mantinham boa parte desses selos e frameworks.

Por isso, vale dizer que usar desses selos, rankings e frameworks globais é importante, mas ainda não é o suficiente para evitar impactos às operações e aos stakeholders. Desse modo, é fundamental utilizar-se deles de forma muito responsável.

“Mais do que transparência, é preciso ter a cultura de integridade e governança enraizada em todas as áreas da empresa”, ressalta a diretora de ESG da ODATA, Carolina Maestri.


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A voz dos stakeholders

Para se ter uma gestão de riscos realmente responsável e integrada, é preciso trazer todos os stakeholders ‘para a mesa’. Além disso, é fundamental manter um board diretivo independente e diverso, com expertises variadas, capaz de representar os interesses das diferentes partes interessadas.

É verdade que, no passado, as empresas seguiam mais os interesses dos investidores e acionistas – e, inclusive, os incentivos da organizações eram baseados nessa orientação. Mas hoje, felizmente, temos evoluído para uma prática que, cada vez mais, considera a longevidade, abrangendo os interesses da sociedade como um todo.

“Dar voz aos stakeholders nos processos acaba trazendo uma gestão de riscos mais madura, com melhor conhecimento de quais são os riscos e oportunidades que a organização pode ter”, explica a diretora de ESG da ODATA, Carolina Maestri.

E essa abertura de relacionamento pode ser feita de várias formas, como por meio do estabelecimento de iniciativas de integridade, a exemplo de:

  • códigos de conduta e anticorrupção
  • canal e comitês de ética e conduta
  • canais de ouvidoria
  • políticas de reporte de denúncias e não retaliação

entre outros.

Cooperação

Quando se fala em trazer todas as partes interessadas à mesa, é importante pensar em relações ganha-ganha. E, em especial, no estabelecimento de um trabalho de parceria, não apenas com a comunidade, mas com clientes, trazendo-os para pensar em conjunto no que é melhor pra eles e para o parceiro.

E essa premissa cabe também para os concorrentes. Se considerarmos que o meio ambiente é um só para todos, muito mais do que pensar em competição, na esfera de ESG, será mais vantajoso para todos se for possível trabalhar em um modelo de cooperação.

Como exemplo, no setor de Data Centers, desde abril de 2022 contamos com Acordo Climático iMasons (ICA, na sigla em inglês), grupo formado por companhias comprometidas com a redução de carbono em materiais, produtos e energia de infraestrutura digital. É uma iniciativa da Infrastructure Masons (iMasons), associação profissional global sem fins lucrativos fundada em 2016, que visa reunir os responsáveis por desenvolver a era digital e criar um mundo melhor conectado para as pessoas.

“Tudo isso é parte da governança da ODATA. Abordar esse tema como engajamento e trazer isso para a estratégia da operação é a nossa prioridade, para sermos transparentes e tratarmos riscos e oportunidades”, conclui Carolina.


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