Data Centers com resfriamento de alta eficiência

Data Centers com resfriamento de alta eficiência: o futuro sustentável da infraestrutura de IA

Leitura de 12 minutos
09/06/25

A evolução da inteligência artificial, especialmente no contexto da IA generativa, está impulsionando a demanda por estruturas de processamento cada vez mais potentes e sustentáveis – em especial, de Data Centers com resfriamento de alta eficiência. À medida que modelos avançados exigem progressivamente um maior poder computacional, os centros de dados precisam lidar com um volume crescente de calor gerado pelos servidores.

O desafio é crítico, sobretudo em infraestruturas que utilizam aceleradores como GPUs e TPUs para o treinamento de grandes modelos de linguagem e cargas de inferência, exigindo soluções térmicas inovadoras para manter a estabilidade operacional e a eficiência energética.

Como sabemos, servidores de IA de alto desempenho operam com densidades térmicas elevadas, que tornam insuficientes os métodos tradicionais de dissipação de calor. Portanto, sem um resfriamento eficaz, o superaquecimento pode comprometer a confiabilidade do hardware, reduzir a vida útil dos equipamentos e, ainda, aumentar exponencialmente o consumo de energia.

Além das pressões internas de operação, as organizações ainda enfrentam um cenário climático desafiador. O aquecimento global e as ondas de calor cada vez mais frequentes elevam a complexidade da refrigeração dos servidores, tornando essencial o desenvolvimento de estratégias ambientalmente sustentáveis para manter a resiliência da infraestrutura digital.

Saiba mais a seguir:

Cenário global: o avanço da IA acelera a demanda por infraestrutura computacional de alto desempenho

O mercado global de infraestrutura para inteligência artificial está vivenciando uma expansão sem precedentes, com taxas de crescimento de dois dígitos desde 2019. Segundo dados da IDC, apenas no primeiro semestre de 2024, os investimentos em servidores para aplicações de IA cresceram 105% em relação ao mesmo período do ano anterior, representando impressionantes 95% do total investido no segmento. No mesmo intervalo, o investimento em infraestrutura de computação e armazenamento para IA atingiu US$ 47,4 bilhões — um salto de 97% comparado ao primeiro semestre de 2023.

De fato, a tendência de alta é sustentada por projeções sólidas: o setor de infraestrutura de IA deve ultrapassar os US$ 200 bilhões em investimentos até 2028, impulsionado principalmente pelo crescimento de aplicações generativas. De acordo com a Statista, esse nicho específico deverá movimentar US$ 62,72 bilhões já em 2025, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 41,52%, levando o setor a alcançar US$ 356,05 bilhões até 2030.

Esses números claramente demonstram uma corrida global por capacidade computacional e armazenamento eficiente, especialmente para suportar os volumes massivos de dados e a intensidade de processamento da IA generativa.

A aceleração não para por aí. O Gartner estima que, até 2027, a IA generativa será responsável por 40% das configurações iniciais de redes nos Data Centers — um salto significativo frente aos menos de 5% registrados em 2024. Além disso, ainda de acordo com seus analistas, os investimentos globais em serviços de TI devem atingir US$ 1,73 trilhão em 2025, crescendo 9,4% em relação ao ano anterior.

Neste cenário de expansão acelerada, os Data Centers com resfriamento de alta eficiência não apenas acompanham essa curva de crescimento, mas tornam-se indispensáveis para garantir o desempenho, a confiabilidade e a escalabilidade de toda a cadeia de valor da inteligência artificial.

Assine a newsleter Data Center Insights

Por que a refrigeração de alta eficiência é essencial nos Data Centers de IA generativa

Não é exagero afirmar que, hoje, a escalabilidade da inteligência artificial generativa depende diretamente da infraestrutura térmica dos Data Centers. Além do consumo energético, servidores de IA de alto desempenho operam em condições de temperatura muito elevada, que tornam insuficientes os métodos padrão para dissipar o calor gerado.

Com isso, o resfriamento convencional por ar forçado já não se mostra suficiente. As densidades energéticas por rack nos Data Centers voltados para cargas de trabalho de IA ultrapassam 30 kW (podendo atingir até 50 kW), o que exige tecnologias capazes de capturar e dissipar a caloria diretamente na origem.

Como exemplo, o treinamento de modelos de larga escala – como LLMs (Large Language Models) – requer o funcionamento contínuo de milhares de unidades de processamento paralelo, como GPUs e TPUs, operando sob cargas térmicas intensas. Esses ambientes ultrapassam facilmente os limites tradicionais de dissipação de calor, demandando soluções térmicas que aliem precisão, adaptabilidade e eficiência energética.

De fato, sem um sistema eficiente de arrefecimento para reduzir a hipertermia do hardware sofisticado e complexamente projetado, o superaquecimento pode não somente comprometer a estabilidade da operação, mas também reduzir a expectativa útil dos componentes. Além disso, pode acarretar um consumo excessivo e desnecessário de energia elétrica dos servidores e de, eventualmente, promover um sério impacto ambiental com o aumento de calor na região onde a estrutura estiver instalada.

Eficiência térmica: desempenho e sustentabilidade

Nesse contexto, os Data Centers com resfriamento de alta eficiência não apenas evitam o thermal throttling, mas viabilizam a operação em escala sem comprometer a integridade dos sistemas e a performance computacional.

Além da eficiência técnica, o impacto da refrigeração sobre o PUE (Power Usage Effectiveness) tornou-se uma métrica crítica para operações sustentáveis. Sistemas tradicionais não conseguem acompanhar a variabilidade e a imprevisibilidade das cargas de trabalho de IA, resultando em desperdício energético, aumento nos custos operacionais e elevado impacto ambiental.

Soluções térmicas avançadas, como contenção térmica ativa, resfriamento adaptativo, resfriamento a ar de alta eficiência e sistemas híbridos ar-líquido, estão redefinindo o papel da refrigeração como um diferencial competitivo para Data Centers orientados à inteligência artificial.


LEIA TAMBÉM: Do que um Data Center precisa para suportar aplicações de inteligência artificial generativa?


Inteligência artificial no Brasil: crescimento acelerado e perspectivas

O mercado brasileiro de Inteligência Artificial está em plena aceleração, projetado por um ecossistema tecnológico cada vez mais maduro. Segundo a Statista, a expectativa é de que o setor atinja US$ 4,80 bilhões em 2025, com um crescimento anual composto (CAGR) de 27,77% até 2030, totalizando US$ 16,34 bilhões.

Essa trajetória de expansão é sustentada por fatores como o aumento da digitalização, a evolução da robótica de IA, sensores inteligentes, visão computacional e o avanço de modelos de IA generativa, que têm ganhado tração em diversas verticais econômicas.

A florescente demanda por soluções personalizadas e responsivas, como assistentes virtuais e chatbots, tem sido propelida por um consumidor brasileiro cada vez mais conectado. Setores como saúde, finanças e varejo lideram a adoção de tecnologias de IA, atraídos pela capacidade dessas ferramentas em oferecer respostas em tempo real e experiências individualizadas baseadas em dados.

Essa transformação reflete uma mudança estrutural no comportamento de consumo e nas estratégias corporativas voltadas à inovação digital no País.

Além disso, o mercado nacional também se beneficia de fatores regulatórios e econômicos. O governo brasileiro tem implementado políticas públicas de incentivo à adoção da IA, especialmente em serviços públicos e gestão digital. Ao lado de uma economia diversificada, da progressiva penetração da internet e de um ambiente regulatório relativamente favorável, o País desponta como um hub de inovação em inteligência artificial na América Latina.

Com isso, seja para players globais ou regionais, o Brasil já representa uma oportunidade estratégica singular para experimentação, escalabilidade e monetização de soluções baseadas em inteligência artificial.


LEIA TAMBÉM: Entendendo o impacto da inteligência artificial nos Data Centers


O Brasil no panorama global dos Data Centers de IA

O fortalecimento do mercado de inteligência artificial está diretamente conectado ao avanço da infraestrutura digital necessária para suportá-la. À medida que se amplia a demanda por soluções baseadas em IA, cresce também a necessidade por ambientes computacionais robustos, escaláveis e eficientes – papel cumprido pelos Data Centers.

Nesse contexto, o Brasil tem ganhado destaque no cenário internacional como um polo estratégico de Data Centers, mobilizado por sua capacidade de atrair investimentos em infraestrutura, pela maturidade digital crescente e pela posição geográfica privilegiada na América Latina.

Estima-se que a receita do setor atinja US$ 5,63 bilhões em 2025, com um CAGR de 5,82% até 2029, segundo a Statista. Outra projeção, da Grand View Research, aponta que o mercado brasileiro de Data Centers pode alcançar US$ 6,84 bilhões até 2030, impulsionado pela demanda por serviços em nuvem, armazenamento seguro de dados e conectividade de baixa latência.

Infraestrutura favorável

Com uma infraestrutura de rede respondendo por mais de US$ 3,6 bilhões em volume já em 2025, o Brasil caminha para se consolidar como principal polo de Data Centers da América Latina. Esse avanço é facilitado por fatores locais estratégicos: estabilidade política, abundância de recursos naturais e crescente produção de energia limpa. Esses atributos posicionam o Brasil como uma alternativa viável e resiliente frente aos desafios globais de sustentabilidade, exigindo que os novos empreendimentos sejam orientados por práticas de eficiência energética — como os Data Centers com resfriamento de alta eficiência.

Além da base técnica e econômica, o cenário regulatório também favorece o setor. A rápida digitalização do País, aliada ao crescimento do e-commerce e dos serviços financeiros online, tem elevado a demanda por soluções confiáveis e seguras para gerenciamento e armazenamento de dados. Governança de dados, conformidade com legislações como a LGPD e investimentos em banda larga são pilares essenciais para sustentar esse crescimento.

Com mais de 210 milhões de habitantes e alto índice de conectividade, o Brasil se configura como terreno fértil para a próxima geração de Data Centers sustentáveis e de alta performance.


LEIA TAMBÉM: Infraestrutura para inteligência artificial: como os Data Centers estão se preparando para o futuro


DC SP04: novo Data Center da ODATA eleva o padrão de eficiência e sustentabilidade na região metropolitana de São Paulo

Inaugurado no início de 2025, o DC SP04 representa um marco estratégico na expansão da ODATA no Brasil. Instalado em Osasco, na Grande São Paulo, o novo campus recebeu um investimento total de R$ 2,6 bilhões e contará com capacidade de 48MW de TI.

Trata-se do quinto Data Center da empresa no País e o primeiro a integrar a tecnologia Delta³, um sistema de resfriamento a ar de alta eficiência, inédito no Brasil, desenvolvido pela Aligned Data Centers, empresa norte-americana controladora da ODATA.

A inovação vem acompanhada de um compromisso ambiental sólido: toda a operação será alimentada com 100% de energia proveniente de fontes renováveis e de autoprodução nacional.


“Nós nos orgulhamos de operar no Brasil com energia 100% proveniente de fontes renováveis e de autoprodução, reforçando o compromisso contínuo da ODATA com práticas energéticas sustentáveis e responsáveis. Por isso, estamos sempre buscando meios de maximizar nossos serviços e favorecer a sustentabilidade“.

Ricardo Alário,
CEO da ODATA

“A tecnologia do Delta³ vem agregar ao nosso portifólio ao oferecer para nossos clientes rápida escalabilidade, inovação tecnológica e os mais elevados padrões de eficiência energética”, complementa Ricardo.

Além da inovação tecnológica, o DC SP04 foi concebido para ser um Data Center ‘AI ready’, com infraestrutura flexível para instalação de sistemas de resfriamento a ar ou a água. Isso garante a acomodação de racks de alta densidade, incluindo servidores equipados com GPUs de última geração utilizados em aplicações avançadas de IA.

A possibilidade de refrigeração líquida por tubos conectados diretamente aos chips reflete a evolução arquitetônica da nuvem, que antes era centrada em CPUs e hoje passa a ser fortemente impulsionada pela demanda por processamento de IA.

A inauguração do DC SP04 traz impactos diretos e positivos para a economia local e para o ecossistema tecnológico da Grande São Paulo. Ao suprir uma lacuna crítica de capacidade de expansão na região de Osasco, a unidade fortalece o posicionamento da metrópole como um hub digital de referência. O projeto combina alta disponibilidade energética com uma infraestrutura de TI de excelência, contribuindo para a geração de empregos, atração de novos investimentos e aceleração da transformação digital.

Com esse lançamento, a ODATA reafirma sua liderança no desenvolvimento de Data Centers sustentáveis em São Paulo, preparados para as exigências da nova era computacional.


LEIA TAMBÉM: Arrefecimento eficiente em Data Centers: otimizando o consumo energético


Delta³ redefine os padrões de resfriamento para Data Centers de alta densidade

O Delta³ (pronuncia-se Delta Cube) é uma inovação tecnológica exclusiva desenvolvida pela Aligned, controladora da ODATA, projetada especificamente para ambientes de missão crítica com altas exigências térmicas. Trata-se de um sistema de resfriamento a ar de alta eficiência, patenteado, com capacidade de suportar densidades de até 50kW por rack.

Ao contrário das soluções convencionais, que apenas distribuem ar frio de forma generalizada, o Delta³ atua diretamente na fonte do calor, extraindo-o de forma localizada e controlada. Esse mecanismo permite não só maior eficiência energética, mas também uma resposta térmica mais dinâmica e adaptável às cargas de trabalho flutuantes dos clientes.

Essa abordagem garante aos Data Centers com resfriamento de alta eficiência ganhos significativos em escalabilidade e uso otimizado de espaço físico. A solução contribui para a redução expressiva da carga de refrigeração necessária, resultando em menor consumo de energia elétrica e, consequentemente, redução da pegada de carbono da operação.

Além disso, o Delta³ pode ser facilmente integrado a sistemas de resfriamento líquido, o que o torna ideal para aplicações que exigem maior densidade computacional — como servidores equipados com GPUs voltadas para IA generativa. Essa flexibilidade é essencial para Data Centers que operam com workloads críticos e imprevisíveis, como ocorre nas arquiteturas modernas de IA em nuvem.

Outro diferencial estratégico é que o Delta³ é fabricado no Brasil, o que reduz os custos logísticos e agiliza os prazos de implementação — fatores cruciais para projetos com metas agressivas de entrega e expansão. Ao mesmo tempo, a produção nacional contribui para o fortalecimento da cadeia de inovação local, impulsionando o ecossistema de tecnologia e infraestrutura crítica.

Com essa solução, a ODATA eleva sua capacidade de entrega tecnológica, oferecendo aos clientes um sistema de resfriamento avançado, de alto desempenho e alinhado aos mais exigentes padrões globais de eficiência energética e sustentabilidade.


Quer saber mais sobre como o resfriamento a ar de alta eficiência pode beneficiar seu Data Center?

Fale com a ODATA

E-BOOKS exclusivos

para você conhecer mais sobre o mundo do Colocation

E-Book: Tendências Tecnológicas 

Fazer o download

Melhore os índices de sustentabilidade da sua empresa

Fazer o download

Assine nossa newsletter

A ODATA utiliza cookies para melhorar sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com essas condições.